
'O Brasil tem uma dívida de memória muito grande' - RT Entrevista
O Memorial da Resistência de São Paulo está situado no antigo prédio da Polícia Política Brasileira (DOPS), onde ocorreram torturas e mortes. As inscrições nas paredes, feitas por políticos presos, lembram os eventos que ali ocorreram.
O memorial preserva a memória das vítimas e coleta evidências da época, desenvolvendo um programa para isso. As lacunas nos arquivos públicos dificultam a compreensão da repressão estatal.

Esse espaço é o primeiro museu do Brasil a expor a violência vivida dentro dessas paredes, permitindo que os visitantes entrem em contato físico com a história, vejam as câmeras e leiam os nomes das vítimas. Ele ajuda a restaurar a dignidade de quem foi apagado da história e promove a responsabilidade cívica e a defesa dos direitos humanos.
Em entrevista à RT, Ana Pato afirmou que o filme "Ainda estou aqui" é fundamental para a compreensão do legado do Memorial.
Sombras da Ditadura
A exposição no memorial comprova os crimes de Estado durante a ditadura. A lei da anistia foi aprovada no Brasil durante esse período, ao contrário da Argentina, que a aprovou em democracia.
A transição para a democracia foi marcada pelo silenciamento dos crimes do Estado, incluindo o legado da escravidão. Recentemente, medidas foram tomadas para restaurar a justiça histórica, como a revisão dos registros de mortes de vítimas da repressão.
Segundo Ana Pato, não responsabilizar os autores das atrocidades é sinalizar que isso é aceitável. Essas ações representam uma mudança de uma política de esquecimento para um repensar responsável do passado.
