Tentando conter a China, EUA querem cooperação com a Rússia no Ártico, revela imprensa americana

Washington vê a parceria na exploração de recursos como estratégia geopolítica, mas analistas duvidam do afastamento entre Moscou e Pequim.

A exploração de recursos naturais e de rotas comerciais no Ártico pode fazer parte de uma estratégia mais ampla de aproximação entre os Estados Unidos e a Rússia, buscada pelo presidente Donald Trump, segundo informações divulgadas pela Bloomberg na quarta-feira (26).

A cooperação na exploração de energia também está entre os interesses dos EUA, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

Uma das fontes ouvidas pela agência, que falou sob anonimato, afirmou que o governo norte-americano vê essa cooperação no Ártico como uma forma de criar uma barreira entre Moscou e Pequim.

No entanto, o sucesso desse plano é considerado improvável, já que Rússia e China se aproximaram significativamente nos últimos anos.

Autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reúnem nesta quinta-feira (27), em Istambul, para discutir a recomposição das equipes diplomáticas em suas respectivas embaixadas, segundo a imprensa, que cita declarações recentes do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov.

Além disso, projetos de energia no Ártico foram mencionados pelo chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia, Kirill Dmitriyev, entre as "áreas específicas de cooperação" discutidas na semana passada em Riad.

Ainda durante o governo anterior em Washington, no fim do ano passado, o Pentágono divulgou uma nova Estratégia para o Ártico, destacando o risco de uma aliança entre China e Rússia na região.

Pequim, por sua vez, se autodeclarou um "Estado quase ártico" em 2018 e, nos últimos anos, tem ampliado seus interesses na região, especialmente nos setores de pesca, energia e transporte.