Notícias

Europa instiga Kiev a continuar o conflito, condena Lavrov

O ministro das Relações Exteriores da Rússia denunciou "o espírito beligerante com o qual os países europeus estão agora promovendo sua política irremediavelmente desatualizada e fracassada em relação à Ucrânia".
Europa instiga Kiev a continuar o conflito, condena LavrovGettyimages.ru / Anadolu

A Europa está tentando minar abertamente a resolução do conflito na Ucrânia, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, nesta quarta-feira.

"Estamos esperando que nossos colegas europeus parem de mentir sobre a Rússia estar bloqueando as negociações. O presidente Putin tem respondido repetidamente a essas falsas alegações, lembrando que é principalmente a liderança ucraniana, que está sendo incitada pela Europa, que está recusando as negociações", declarou Lavrov.

"Todos os dias ouvimos alguma declaração, alguma declaração como 'agora não devemos nos sentar à mesa de negociações', 'primeiro devemos garantir a superioridade contra o pano de fundo da batalha'", acrescentou.

"Esse é o espírito beligerante com o qual os países europeus agora promovem sua política irremediavelmente ultrapassada e fracassada em relação à Ucrânia", afirmou.

Ele disse ainda que a melhor "ajuda daqueles que realmente querem contribuir para a resolução do conflito é reconhecer suas causas fundamentais".

Macron em Washington

Questionado sobre a viagem do presidente francês aos Estados Unidos, onde falou sobre a necessidade de um cessar-fogo urgente e o envio de forças de paz para a Ucrânia, Lavrov afirmou que Emmanuel Macron "não desempenhou seu papel de forma muito convincente".

"Ninguém está nos perguntando sobre isso. Essa abordagem, que eu acho que está sendo imposta pelos europeus, em primeiro lugar pela França, e também pelos britânicos, tem como objetivo, novamente, o que acabei de mencionar: alimentar ainda mais o conflito", disse Lavrov.

Ele acrescentou: "É enganoso, não se pode apostar em um acordo que tem apenas um objetivo: bombear armas de volta para a Ucrânia".

O ministro russo destacou que "quando os EUA apresentam uma resolução para avançar em direção à paz, a Europa vota contra e demonstra com fatos que não quer a paz, porque seus subordinados ainda não cumpriram seus objetivos principais".

"O equilíbrio está mudando"

Lavrov afirmou que, no momento, "o equilíbrio das forças políticas está mudando" na questão ucraniana, o que ficou claro na recente votação da ONU, na qual Moscou e Washington concordaram.

"A Europa está imediatamente tentando minar essa tendência, anunciando novos e grandes pacotes de ajuda militar a Kiev, persuadindo-a a continuar lutando, afirmando diretamente, como fez o primeiro-ministro da Dinamarca [Mette Frederiksen], que nessa situação para a Ucrânia 'a paz é pior do que a guerra'", criticou o ministro.

"Portanto, o papel da Europa é alimentar as crises e a reputação da Europa nesse campo, que foi conquistada durante longos séculos de desenvolvimento humano, permanece mais ou menos no mesmo estado", concluiu.