
Ordem dos Economistas do Brasil concede prêmio de 'Economista do Ano' a Javier Milei

A Ordem dos Economistas do Brasil concedeu ao presidente da Argentina, Javier Milei, o prêmio de Economista do Ano. A entrega ocorreu em Buenos Aires nesta terça-feira (25), em uma reunião que durou aproximadamente 1 hora e 15 minutos.
Milei foi convidado para visitar o Brasil em agosto para a cerimônia oficial e, segundo a Ordem dos Economistas, aceitou o convite, manifestando interesse em cumprir uma agenda de três dias no país.
Na carta do prêmio, compartilhada pelo próprio Milei, a Ordem destaca sua atuação nas políticas monetárias e regulatórias, afirmando que sua liderança tem sido fundamental para estabilizar a economia argentina.
El Presidente Javier Milei recibió en Casa Rosada a la Ministra de Capital Humano, Sandra Pettovello, y a las autoridades de la Orden de Economistas de Brasil (OEB), quienes le notificaron que fue electo como "Economista del Año" por la organización. pic.twitter.com/wMQluNEdGv
— Oficina del Presidente (@OPRArgentina) February 25, 2025
''Sua visão estratégica e seu compromisso com a estabilidade econômica têm sido fundamentais para guiar o país em momentos de incerteza e volatilidade dos mercados'', lê-se no texto. A premiação, realizada anualmente desde 1957, foi concedida no ano anterior ao então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Entre os presentes estavam o presidente da Ordem, Manuel Enriquez Garcia, o professor da Faculdade de Economia da USP, o vice-presidente, Luis Carlos Barnabe, o coordenador local na Argentina, Ivan Slepoy, e outros três membros honorários.
''Nossa tradição é a de, sem nenhuma ideologia , economistas premiados que ganham destaque por sua contribuição em posições de governo e à sociedade'', afirmou Garcia por telefone. Segundo ele, a escolha de Milei considera os "efeitos positivos, principalmente entre as camadas dos mais pobres" de sua gestão.
A possibilidade de Milei retornar ao Brasil para a cerimônia ocorre em meio às tensões diplomáticas com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em julho do ano passado, o líder argentino esteve no Brasil para um evento conservador em Santa Catarina, onde se encontrou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ignorando a cúpula do Mercosul em Assunção, no Paraguai. Mais tarde, no final do ano, compareceu à cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Governo de Javier Milei
No comando da Casa Rosada, Milei implementou uma política macroeconômica elogiada por setores empresariais e diferentes parceiros internacionais. Recentemente, no entanto, causou o primeiro escândalo de sua gestão.
A divulgação da criptomoeda $Libra está envolvida em denúncias de suposta fraude, com uma investigação em andamento pelo Ministério Público Federal argentino. Cidadãos brasileiros são alguns dos afetados pelo ativo digital, e um escritório de advocacia em Nova York avalia a possibilidade de abrir uma ação civil.
Entre as mudanças econômicas promovidas por Milei, está a redução da inflação mensal para 2,2% em janeiro, após uma queda de mais de 20 pontos percentuais. A Argentina acumulou superávits fiscais, mas enfrenta desafios como o déficit na balança comercial com o Brasil.
Apesar do salto na pobreza durante sua gestão , as projeções indicam uma redução para cerca de 38%, abaixo do índice registrado ao final do governo peronista. A estratégia econômica do presidente argentino recebe críticas da oposição, especialmente pela redução de programas sociais e pelo desmonte do Estado de bem-estar social no país.