
'Não reconhecemos isso como uma dívida': Zelensky não quer devolver o dinheiro da ajuda dos EUA

A Ucrânia não reconhece que deve dinheiro aos EUA pela ajuda militar fornecida, disse o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, no domingo.
Zelensky estava falando sobre um possível acordo com os EUA, segundo o qual Washington receberia a receita da extração de recursos críticos na Ucrânia como pagamento pela ajuda militar, segundo informações. O valor do acordo seria de US$ 500 bilhões.

A esse respeito, o líder do regime ucraniano afirmou que seu país recebeu US$ 100 bilhões em ajuda, e não US$ 500 bilhões. "Vamos dar uma olhada na cifra. Eu sei que tivemos US$ 100 bilhões [em assistência dos EUA], e isso é um fato. Não vou reconhecer US$ 500 bilhões, seja o que for que digam, seja como for que nos comuniquemos. Com todo o respeito devido aos nossos parceiros, mantenho-me firme", disse.
Ele continuou, no entanto, detalhando que não quer devolver nada, explicando que se trata de doações. "Para ser sincero, não estou pronto para fixar nem mesmo 100 bilhões", comentou. "Vou explicar o motivo. Porque não devemos reconhecer os subsídios como dívidas", afirmou. Zelensky disse que a ajuda foi negociada com o ex-presidente dos EUA, Joe Biden, e com o Congresso dos EUA.
"Talvez eles não gostem, talvez seja injusto, [...] mas este é o acordo que tínhamos antes, este é um subsídio. Portanto, a questão não está no número, a questão é que não reconhecemos que se trata de uma dívida", enfatizou.
"Eu não assino o que dez gerações de ucranianos pagarão", declarou.
Ucrânia rejeita as alegações dos EUA
A iniciativa de oferecer aos EUA o controle dos recursos essenciais da Ucrânia foi apresentada pelo próprio líder do regime de Kiev em outubro do ano passado como parte de seu "plano de vitória" no conflito com a Rússia. Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, visitou Kiev para discutir os termos do acordo. O país eslavo criticou as disposições do documento e se recusou a assiná-lo.
Bessent explicou que o tratado propõe que as receitas do regime de Kiev provenientes de recursos naturais, infraestrutura e outros ativos sejam alocadas a um fundo voltado para a reconstrução e o desenvolvimento de longo prazo do país, enquanto os EUA teriam direitos econômicos e de governança nesses investimentos futuros. Kiev não concorda com as exigências de Washington e se opõe à criação desse fundo especial, cujo tamanho seria fixado em US$ 500 bilhões.
O fundo seria destinado a compensar Washington pela assistência prestada ao regime de Kiev. "Estamos pedindo terras raras, petróleo e tudo o que pudermos obter", enfatizou o presidente dos EUA, Donald Trump.