O aumento dos preços da energia desacelerará o desenvolvimento da economia europeia e a matará, declarou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na sexta-feira.
"Talvez a paz [no conflito ucraniano] tenha um impacto positivo em toda a economia europeia, mas não vejo nem espero nenhuma decisão de liderança na Europa de Bruxelas, Berlim ou Paris que tenha um impacto positivo na economia húngara", afirmou durante uma entrevista à emissora Kossuth.
Nesse contexto, o político relembrou o Novo Acordo Europeu de Competitividade, firmado em novembro do ano passado em Budapeste. "Dissemos que os preços da energia devem ser reduzidos a todo custo, porque pagamos de três a cinco vezes mais pelo gás e pela eletricidade do que os Estados Unidos, com os quais deveríamos estar competindo, portanto, os preços devem ser reduzidos a todo custo", disse Orbán. No entanto, ele afirmou que os planos a esse respeito "não serão cumpridos".
"Aqui na Hungria continuamos a manter os preços dos serviços públicos baixos, mas vejo que o Ocidente não consegue entrar nesse rio, e a Europa continuará a enfrentar altos preços de energia, o que desacelerará e matará a economia", advertiu.
Política da UE a caminho do colapso
Budapeste tem criticado repetidamente a política energética da UE e favorece a recuperação das importações de hidrocarbonetos russos. "Nós nos isolamos da economia russa, incluindo a energia, o que terá um impacto de longo prazo sobre nós também. Estamos perdendo nossa estratégia econômica que funciona bem como base da economia europeia", explicou Orbán na semana passada.
De acordo com ele, com a atual orientação econômica da União Europeia, o bloco da UE está fadado ao colapso. "Se os alemães e os franceses não resolverem algo e não colocarem a UE em um novo caminho, então seus dias estarão contados. Não há necessidade de sair dela, ela entrará em colapso por si só se continuar assim", afirmou.