Lavrov: Terroristas de todo o mundo 'se alimentam' de armas ocidentais que vazam da Ucrânia

Grupos terroristas de todo o mundo têm acesso a armas fornecidas à Ucrânia por países ocidentais, denunciou o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, nesta quinta-feira.

Lavrov se pronunciou na cúpula dos ministros das Relações Exteriores do G20 em Joanesburgo, África do Sul, nos dias 20 e 21 de fevereiro.

Lavrov: 'Não fomos nós que pioramos as relações com Ocidente e não corremos atrás para melhorá-las'

Durante seu discurso, o chanceler russo observou que a ameaça do terrorismo internacional continua crítica e até mesmo "adquiriu uma nova dimensão" como resultado das intervenções militares da OTAN no Iraque, Líbia, Afeganistão e Síria.

"Grupos terroristas em todo o mundo estão sendo alimentados por suprimentos de armas ocidentais que vazam da Ucrânia", afirmou Lavrov. De acordo com ele, o Ocidente é guiado por seus "padrões duplos" e "divide os militantes em 'nossos' e 'outros'".

"Na Europa, essa política míope já levou a ataques terroristas nos oleodutos Nord Stream. Movimentos nacionalistas radicais e, às vezes, abertamente neofascistas são apoiados como outro instrumento de confronto com a Rússia", acrescentou.

A segurança deve ser igual para todos

"No ano do 80º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial, pedimos aos nossos parceiros do G20 que se posicionem ao lado da verdade e da lei, agindo como uma 'frente unida' na luta contra a glorificação do nazismo, neonazismo e racismo", disse o ministro.

Nesse contexto, o chefe da diplomacia russa enfatizou que "a predominância de conflitos e 'pontos quentes' na agenda internacional e seu impacto na estabilidade global mostram que é impossível garantir a segurança de alguns países às custas de outros". "Ela tem que ser indivisível e igual para todos", ressaltou Lavrov, enfatizando a importância de remover a hegemonia da arena mundial.

"É hora de o Ocidente aceitar um novo equilíbrio de poder e começar a construir relações com os Estados da Maioria Global com base no respeito mútuo", concluiu.