O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quarta-feira (19) que a Rússia "tem as cartas na mão" nas negociações para encerrar o conflito na Ucrânia.
"Creio que os russos querem ver o fim da guerra [...], mas acho que eles dão as cartas, pois tomaram muito território", declarou o republicano ao ser questionado se Moscou estaria negociando “de boa fé".
Trump também acusou a Ucrânia de tratar o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de forma desrespeitosa.
"Bessent foi até lá e recebeu uma resposta bastante rude. Basicamente, lhe disseram 'não'. Zelensky estava dormindo e não pôde se reunir com ele", disse.
Conversas entre Rússia e EUA
Na terça-feira (18), delegações em alto nível da Rússia e dos EUA se encontraram em Riad, na Arábia Saudita, para discutir a normalização das relações entre os dois países e um possível acordo sobre o conflito na Ucrânia.
O encontro também serviu para preparar uma futura reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin. Foi a primeira negociação desse nível desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
O Kremlin e a Casa Branca classificaram a reunião como um avanço significativo para a resolução do conflito.
Putin reafirmou que Moscou está disposta a "voltar à mesa de negociações" e destacou que a Rússia nunca se recusou a dialogar com a Europa ou Kiev sobre a crise ucraniana.
O presidente russo também afirmou que a Ucrânia participará das negociações de paz com os Estados Unidos e disse que esse ponto foi reforçado em sua recente conversa telefônica com Trump.
Por outro lado, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, contestou essa afirmação e declarou que representantes ucranianos não foram convidados para as conversas.
"Nenhuma decisão pode ser tomada sem a Ucrânia sobre como acabar com a guerra", afirmou. "Queremos um acordo justo e não aceitamos que ninguém decida por nós", acrescentou.