O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, em declaração à imprensa ao lado do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que o Brasil não enviará tropas e armas para a Ucrânia, defendendo "clima de paz" nos assuntos globais.
"Eu não vou vender arma para matar um russo ou para matar qualquer pessoa", disse reiterando as palavras que tinha dito quando a Alemanha quis comprar canhões brasileiros para enviar à Ucrânia.
"Eu quero pedir desculpas, mas o Brasil não venderá as armas que você precisa", defendeu.
Segundo Lula, o Brasil contribuirá para os esforços que visam alcançar a solução pacífica para conflito russo-ucraniano.
"O Brasil não enviará tropas. O Brasil só enviará missão de paz", enfatizou.
"Posição intacta"
Lula argumentou que a posição do Brasil permanecerá "intacta". "Nós queremos paz", destacou, sublinhando a importância das negociações.
Desde o início do conflito russo-ucraniano em fevereiro de 2022, o Brasil tem mantido a posição de não fornecer armas e tropas militares à Ucrânia apesar de apelos dos países europeus.
Junto com a China, o Brasil lançou uma iniciativa pacífica para acabar com as hostilidades na Ucrânia.
No final de maio do ano passado, no contexto da visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva à Pequim, o Brasil e a China adotaram uma declaração conjunta traçando um caminho para o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia, defendendo necessidade de negociações.
Apesar do empenho do Brasil e outros países, no mês passado Zelensky menosprezou a relevância da participação do Brasil na resolução do conflito, dizendo que "o trem do Brasil, para ser sincero, passou".
- Lula fez as declarações em uma coletiva à imprensa durante o encontro com o primeiro-ministro português. Portugal está dentre os países europeus que mais fornecem ajuda ao regime de Kiev, ultrapassando, apenas em 2024, 220 milhões de euros, segundo dados do próprio governo português.