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Estoques de armas da UE estão vazios, alerta CEO da empresa de defesa alemã

O CEO da Rheinmetall apelou para que o bloco aumente os gastos com armas em meio ao futuro incerto.
Estoques de armas da UE  estão vazios, alerta CEO da empresa de defesa alemãGettyimages.ru / picture alliance

A União Europeia utilizou quase todo estoque de armamentos por causa do conflito na Ucrânia, tornando-se "vulnerável a uma possível ameaça russa".

A declaração foi feita nesta semana por Armin Papperger, CEO da Rheinmetall, uma das maiores fabricantes de armas da Alemanha.

Em entrevista ao Financial Times, durante a Conferência de Segurança de Munique, Papperger, chefe de uma das principais fornecedoras de equipamentos militares para Kiev, previu uma demanda contínua por armamentos na região, mesmo que um eventual cessar-fogo seja alcançado entre Ucrânia e Rússia.

Ele ressaltou que, diante desse cenário, "os europeus e os ucranianos não têm nada em seus depósitos", referindo-se à escassez de armamentos entre os aliados da OTAN no Leste Europeu.

O executivo da Rheinmetall alertou que, mesmo que os combates cessem, esperar um futuro pacífico para a região seria um erro.

Apesar do aumento de mais de 30% nos gastos com defesa da União Europeia entre 2021 e 2024, Papperger considera os investimentos ainda insuficientes para lidar com os desafios de segurança atuais.

Ele afirmou que sua empresa continuará a lucrar mesmo em caso de trégua, pois os países do bloco devem seguir investindo em armamentos diante da suposta ameaça russa.

Rheinmetall é beneficiada pela instabilidade global

Papperger disse ao FT que espera que as vendas anuais da empresa atinjam entre 30 bilhões de euros e 40 bilhões de euros dentro de cinco anos - um salto acentuado em relação aos US$ 6 bilhões relatados em 2021, antes da escalada do conflito na Ucrânia.

Negociações entre Rússia e EUA 

O alerta do CEO da Rheinmetall ocorre em meio a uma nova tentativa de diálogo entre Estados Unidos e Rússia.

Na terça-feira (18), representantes dos dois países realizaram a primeira reunião desde o início da guerra.

Papperger criticou os países da União Europeia por décadas de baixos investimentos em defesa, argumentando que essa postura levou à exclusão do bloco das negociações realizadas em Riad.

Nem a Ucrânia nem os aliados europeus da OTAN foram convidados para a reunião entre Rússia e EUA, onde foi firmado um acordo para iniciar o processo de resolução do conflito.

Na semana passada, o chefe do regime de Kiev, Vladimir Zelensky afirmou que, sem garantias de segurança da OTAN, a Ucrânia precisará expandir seu exército para 1,5 milhão de soldados.

Para sustentar essa força, segundo ele, será necessário um aumento de 50% no orçamento militar do país.