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'Os russos são os vencedores', lamenta a chefe da diplomacia europeia

Kaja Kallas comentou sobre as negociações entre Moscou e Washington e pediu "pressão sobre a Rússia".
'Os russos são os vencedores', lamenta a chefe da diplomacia europeiaGettyimages.ru / Dursun Aydemir

A Rússia parece ser a vencedora nas negociações com os EUA, realizadas na terça-feira (18) na Arábia Saudita, lamentou Kaja Kallas, representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança.

"Neste momento, se também observar as imagens da Arábia Saudita, os russos são os vencedores. A posição deles é: 'Agora todo mundo vem até nós e nos oferece o que queremos'", comentou  ela sobre as negociações no podcast "Today in the EU".

"Pressionar a Rússia"

Kaja Kallas enfatizou ainda que se Washington chegar a um acordo com Moscou com o qual a União Europeia não concorda, então "fracassará, pois não será implementado". Ela indicou também que a UE, por sua vez, distribuiu as "condições possíveis" e pediu "pressão sobre a Rússia". "Primeiro, temos que pressionar [o presidente russo Vladimir] Putin para que ele queira seguir em direção à paz", disse.

"Neste momento, devemos concentrar nossa força no apoio à Ucrânia e, quanto mais forte ela para no campo de batalha, mais forte na mesa de negociações. Devemos colocar a Ucrânia em uma posição [de força] em que possamos dizer 'não' a ​​um acordo ruim", continuou.

Quando questionada sobre o que é necessário para colocar a Ucrânia em uma posição de força, Kallas respondeu: "Mais avaliações, e mais fortes". "Ajudar também [a Kiev] com as capacidades de defesa", acrescentou, detalhando que os membros da UE discutiram uma nova iniciativa sobre como fazer isso “em um curto prazo de tempo”.

Conversas entre Rússia e EUA

Os comentários da chefe da diplomacia europeia ocorrem no contexto do diálogo renovado entre Moscou e Washington. Na terça-feira, as delegações de alto nível da Rússia e dos EUA se reuniram em Riad para normalizar as relações entre as duas potências e avançar na direção a um acordo sobre o conflito na Ucrânia, bem como para se preparar para uma reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump.

A Ucrânia e os países europeus não foram convidados para a reunião. Tanto o Kremlin quanto a Casa Branca confirmaram que a o encontro foi um passo significativo para a resolução do conflito ucraniano. 

Enquanto isso, uma cúpula urgente foi realizada em Paris na segunda-feira (17), na qual os líderes europeus interessados ​​decidiram quais garantias de segurança poderiam dar a Kiev e se o envio de um contingente militar para o território ucraniano poderia estar entre eles.

A reunião, que durou cerca de três horas, não terminou sem nenhuma decisão sobre o conflito ucraniano e demonstrou divergências entre os participantes. Uma das questões mais polêmicas foi o envio de tropas para a Ucrânia.