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Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, afirma PGR

A investigação apontou que plano incluía ainda o assassinato de Alexandre de Moraes, ataque ao STF e tentativa de golpe contra a ordem democrática.
Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, afirma PGRGettyimages.ru / Wagner Meier

O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento e concordou com um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, denunciou na terça-feira (18) o procurador-geral da República, Paulo Gonet, segundo informações do G1.

Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Bolsonaro se tornará réu e enfrentará um processo penal.

O documento apresentado pela Procuradoria-Geral da República detalha as acusações e destaca que "o plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições".

"Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, um plano de ataque às instituições, com o objetivo de desestabilizar o funcionamento dos Poderes e a ordem democrática. O plano recebeu o sinistro nome de 'Punhal Verde Amarelo'", aponta a denúncia.

O documento também revela que o plano "se desdobrava em minuciosas atividades", tinha como objetivo a "neutralização" do Supremo Tribunal Federal e envolvia o assassinato de Alexandre de Moraes e o envenenamento de Lula.

Andamento da Investigação

Bolsonaro nega qualquer envolvimento na trama. "Você já viu a minuta do golpe? Não viu. Viu a delação do Mauro Cid? Não viu", afirmou ele durante uma visita ao Senado.

A Polícia Federal, em um relatório de 884 páginas enviado ao STF no final do ano passado, afirmou que Bolsonaro "planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" no plano de golpe de Estado. Além do ex-presidente, outras 32 pessoas foram indicadas.

De acordo com a PF, os "atos executórios" realizados por um grupo "liderado" por Bolsonaro tinham o objetivo de abolir o Estado Democrático de Direito — um fato que não se concretizou por circunstâncias alheias à vontade do ex-presidente.

A expectativa no STF é que o julgamento seja concluído até o final do ano, evitando que o caso se prolongue até as eleições presidenciais de 2026.