A defesa do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, se pronunciou nesta quarta-feira sobre a a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que alega participação do político na trama de um golpe de Estado em 2022.
"A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia [...] por uma suposta participação em um alegado golpe de Estado", diz a nota, divulgada pelo ex-presidente.
Os advogados de Bolsonaro defenderam que ele nunca teve ligação alguma a "qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam" e denunciaram "exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo" dirigidas, segundo eles, contra o ex-presidente.
Eles também afirmaram que "não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais."
"A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada em uma única delação premiada, diversas vezes alteradas, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade", enfatizaram.
Os advogados concluiram a nota enfatizando a confiança do ex-presidente na Justiça brasileira, dizendo que ele acredita que "essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário".
Envolvimento em trama golpista
Na terça-feira, a PGR finalizou uma denúncia contra o ex-presidente do Brasil, acusando-o de envolvimento em uma trama golpista para se manter no poder após as eleições de 2022.
O documento será apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
No final do ano passado, a Polícia Federal revelou, em um relatório de 884 páginas enviado ao STF, que Bolsonaro "planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva" no plano de golpe de Estado. Além do ex-presidente, outras 32 pessoas foram indicadas.
Bolsonaro negou qualquer participação na trama. "Você já viu a minuta do golpe? Não viu. Viu a delação do Mauro Cid? Não viu", disse ele durante uma visita ao Senado.