Notícias
Elon Musk declara guerra a NASA e pode enterrar missões lunares
Departamento de Eficiência Governamental, chefiado pelo magnata dono da "rival" SpaceX, inicia auditoria na NASA e cogita cortes no programa Artemis.
O Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE), liderado pelo bilionário Elon Musk, lançou uma conta na rede social X na segunda-feira, pedindo que cidadãos enviem sugestões para reduzir gastos desnecessários na NASA.
O bilionário é dono da SpaceX, empresa espacial “rival” da Nasa, e na qualidade de chefão do DOGE Musk incorre em um explícito conflito de interesses.
"O DOGE está buscando a ajuda do público! Envie uma mensagem direta para esta conta com informações sobre como identificar e eliminar desperdícios, fraudes e abusos na NASA", diz uma publicação no perfil do departamento voltado à agência espacial.
DOGE is seeking help from the public! Please DM this account with insights on finding and fixing waste, fraud, and abuse at NASA
— DOGE NASA (@DOGE_NASA) February 17, 2025
O órgão liderado por Musk também fez o mesmo pedido em relação a outras instituições federais, como a Comissão de Valores Mobiliários, o Departamento de Estado e o Departamento de Agricultura.
NASA sob devassa
A administradora interina da NASA, Janet Petro, afirmou recentemente que o departamento liderado por Musk fará devassa nas finanças da agência espacial.
"Somos uma agência federal; o DOGE entrará em cena", disse Petro, explicando que o órgão "auditará" pagamentos e os valores já investidos.
Ela não detalhou, no entanto, quais informações serão analisadas ou o nível de acesso que a equipe terá. Uma porta-voz da NASA confirmou que há funcionários do DOGE atuando na agência.
Segundo a imprensa norte-americana, o foguete SLS, que levará astronautas do programa Artemis à Lua, poderá ser descontinuado, e as missões lunares planejadas há anos podem ser reduzidas caso o presidente Donald Trump e Musk avancem com o projeto de exploração de Marte.
O desenvolvimento do SLS sofreu sucessivos atrasos e estouros de orçamento que somam milhões de dólares. Um porta-voz da Boeing, responsável pela fabricação do estágio central do foguete, alertou que cerca de 400 funcionários podem ser demitidos até abril, em meio a ajustes no programa Artemis e novas expectativas de custo.
Musk criticou reiteradamente o projeto Artemis, classificando-o como "extremamente ineficiente", pois, em sua visão, busca apenas gerar empregos, sem foco em resultados concretos.
Ele também argumentou que "a Lua é uma distração" e que seu objetivo é avançar "diretamente para Marte".