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Anticoncepcionais hormonais (com exceção de um) aumentam risco de ataque cardíaco, aponta estudo

Estudo analisou dados de mais de dois milhões de mulheres ao longo de 25 anos, entre 1996 e 2021.
Anticoncepcionais hormonais (com exceção de um) aumentam risco de ataque cardíaco, aponta estudoGettyimages.ru / Peter Dazeley

Uma nova pesquisa publicada no BMJ no dia 12 de fevereiro revelou que o uso de anticoncepcionais hormonais está associado a um risco aumentado de ataque cardíaco e derrame. A pesquisa, no entanto, identificou um método contraceptivo que não eleva a probabilidade desses eventos cardiovasculares graves.

Os pesquisadores ressaltaram que, apesar do aumento no risco, a probabilidade geral ainda é baixa. No entanto, reforçaram a importância de que as mulheres tenham acesso a informações completas ao escolherem seus métodos contraceptivos.

Anel vaginal e adesivo elevam risco de complicações

O estudo analisou registros de prescrição de mais de dois milhões de mulheres dinamarquesas, entre 15 e 49 anos, no período de 1996 a 2021. O objetivo foi avaliar se os contraceptivos hormonais influenciam o risco de AVC isquêmico e ataque cardíaco em comparação com mulheres que não utilizavam hormônios.

Os pesquisadores concluíram que os anticoncepcionais que contêm estrogênio, como o anel vaginal e o adesivo para a pele, são os mais associados ao aumento do risco cardiovascular. O anel vaginal foi relacionado a um risco 3,8 vezes maior de ataque cardíaco, enquanto o adesivo aumentou em 3,4 vezes a possibilidade de um derrame isquêmico.

Estrogênio e aumento do risco trombótico

O estudo apontou que os estrogênios exógenos possuem efeito pró-trombótico, o que pode explicar a maior incidência de complicações.

"Os contraceptivos hormonais que contêm estrogênio apresentaram os maiores índices de risco trombótico, especialmente o anel vaginal e o adesivo", destacou a pesquisa.

Outro fator identificado foi a maior absorção do hormônio pelo organismo. Mulheres que usavam o adesivo contraceptivo combinado apresentaram níveis plasmáticos de estrogênio 60% superiores aos daquelas que utilizavam a pílula combinada de estrogênio e progesterona, método que também dobrou o risco de derrame isquêmico e ataque cardíaco.

Por outro lado, o estudo concluiu que o dispositivo intrauterino (DIU) contendo apenas progestógenos foi o único contraceptivo hormonal que não elevou o risco de problemas cardiovasculares.