
Perseguição a idioma russo provoca demissões em massa de professores em país da UE

Na cidade de Daugavpils, na Letônia, professores estão se demitindo devido à obrigatoriedade de testes de proficiência na língua letã e à eliminação do russo do sistema educacional, informa a imprensa.
A medida faz parte de uma nova legislação que impõe que todas as escolas operem exclusivamente em letão a partir de 1º de setembro.

Legislação anti-russa
A nova lei afeta especialmente cidades com grande população russófona, limitando as opções de ensino para milhares de estudantes e profissionais. Para garantir o cumprimento da regra, o governo implementou verificações de proficiência em instituições educacionais, aumentando a pressão sobre os professores que não dominam o letão.
Mesmo com a queda populacional do país, as restrições à minoria de língua russa continuam. Muitos russos étnicos nascidos na Letônia durante a era soviética possuem passaportes de "não cidadãos", o que os impede de votar ou ocupar certos cargos públicos.
Golpe contra escolas letãs
Desde janeiro, inspeções foram realizadas em 27 escolas, resultando em um aumento no número de demissões. Em Daugavpils, 20 professores de sete escolas se demitiram antes mesmo de serem avaliados.
Na maior escola de ensino médio da cidade, oito educadores pediram demissão ao saberem dos testes, e outros dois saíram após não serem aprovados.
A diretora Kristine Ivantsova afirmou que a saída dos professores forçou uma reformulação na escola, dobrando o tamanho das turmas e exigindo ajustes na carga horária dos docentes restantes.
A Letônia enfrenta uma redução populacional significativa, passando de 2,7 milhões de habitantes antes da independência para cerca de 1,8 milhão atualmente. Estimativas apontam que o número pode cair mais 20% até 2050.

