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Europa está 'perplexa' com Trump e pede cúpula urgente sobre plano do presidente dos EUA para Ucrânia
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O presidente francês Emmanuel Macron está discutindo com seus aliados a possibilidade de convocar uma cúpula de emergência em Paris na segunda-feira com líderes de países europeus, em meio à perplexidade com a reviravolta do governo Trump em relação à União Europeia e seus planos para resolver a crise da Ucrânia, após ter mantido uma conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, na quarta-feira, informou a Reuters no sábado, citando fontes.
De acordo com o The Guardian, está previsto que o evento aborde a decisão de Washington de excluir a Europa da mesa de negociações para pôr fim ao conflito russo-ucraniano, bem como o debate sobre a adesão do país eslavo à OTAN e as garantias de segurança que podem ser oferecidas a Kiev.
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Por sua vez, o ministro polonês das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, confirmou que a Polônia planeja organizar a reunião urgente. "Estou muito feliz que o presidente Macron tenha convocado nossos líderes para Paris", disse o chanceler polonês, acrescentando que espera que eles se relacionem com isso "de uma maneira muito séria".
Nesse contexto, Sikorski também enfatizou os desafios impostos pela política externa do presidente dos EUA. "O presidente Trump tem um método de operação que os russos chamam de 'razvedka boyem': reconhecimento por meio de batalha. Você pressiona e vê o que acontece, e então muda sua posição. [...] E nós temos que responder", disse o chefe da diplomacia polonesa.
A imprensa britânica informa que o primeiro-ministro britânico Keir Starmer também planeja participar do evento. "Este é um momento único em uma geração para a nossa segurança nacional, no qual nos envolvemos com a realidade do mundo de hoje e a ameaça que enfrentamos da Rússia", disse o chefe do governo britânico.
Nesse contexto, ele enfatizou que está claro que a Europa "deve assumir um papel mais importante na OTAN" ao cooperar com Washington para resolver a crise ucraniana. "Não podemos permitir que qualquer divisão na aliança nos distraia dos inimigos externos que enfrentamos", acrescentou. Entre os políticos que devem participar da cúpula estão o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, e os líderes da Alemanha, Itália, Reino Unido e Polônia. No entanto, fontes da Reuters enfatizam que a lista de participantes da reunião ainda não foi finalizada.
- Os relatórios sobre a reunião dos líderes europeus surgem após as declarações de Keith Kellogg, enviado especial do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Ucrânia e a Rússia, que deixou claro no sábado que os países europeus não terão lugar na mesa de negociações sobre o conflito russo-ucraniano. "O que não queremos é entrar em um grande grupo de discussão", disse ele.
- Após a conversa telefônica entre Donald Trump e Vladimir Putin em 12 de fevereiro, a UE exigiu ser incluída nas discussões sobre a questão ucraniana, insistindo na necessidade de alcançar "uma paz que garanta tanto os interesses da Ucrânia quanto os seus próprios".