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'O período romântico acabou': Rússia descreve como será seu relacionamento com o Ocidente
A Rússia acumulou uma sólida experiência sobre como defender seus interesses sem cair "em falsas promessas", afirmou o porta-voz de Vladimir Putin, garantindo que o governo russo se baseará nessas lições "para melhorar suas posições no futuro".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse em uma entrevista neste domingo (16) que a Rússia acumulou experiência suficiente nos últimos anos para não cair nas mentiras dos políticos ocidentais se eles tentarem enganá-la novamente.
Em resposta a uma pergunta do jornalista Pavel Zarubin sobre a possibilidade de o Ocidente decepcionar Moscou novamente, Peskov disse que "o período romântico acabou" e "chegou a hora do pragmatismo". "É hora de aproveitar a experiência dos últimos anos", acrescentou.
Depois de lembrar que, ao longo dos anos, a Rússia acumulou uma sólida experiência sobre como defender seus interesses sem cair "em falsas promessas", o porta-voz do presidente russo garantiu que o governo russo se baseará nessas lições "para melhorar suas posições no futuro".
"Se a chanceler da Alemanha [Angela Merkel], que já se afastou, que não é mais responsável pelo estado das coisas, diz que 'não íamos cumprir nada, que precisávamos ganhar tempo', isso não é enganar? Em russo, é enganar", explicou Peskov, referindo-se aos acordos de Minsk.
"Isso simplesmente era para ser e se tornou outra lição para nós, outra experiência que nos ajudará no futuro a defender nossos interesses da melhor maneira possível", resumiu ele, acrescentando que 'não devemos nos ofender aqui', mas usar essa experiência a nosso favor.
O porta-voz do Kremlin também explicou que, após a rejeição de Kiev aos acordos de Istambul, Moscou levará em conta a falta de vontade do regime de Vladimir Zelensky de responder por suas palavras, bem como seu "déficit de soberania".
"Chega-se à conclusão de que esse país provavelmente não é tão capaz de responder por suas palavras. E toda vez é necessário fazer um certo ajuste ao negociar com eles, por causa do déficit de soberania e do déficit de confiança neles, que não vai desaparecer", respondeu Peskov à pergunta sobre como a Rússia deve agir em uma situação em que um dos lados das negociações viola até mesmo os acordos assinados.
