Ucrânia precisará de 1,5 milhão de soldados e armamentos se não entrar na OTAN, diz Zelensky

O líder ucraniano observou que Donald Trump acredita que a Ucrânia não pode fazer parte da OTAN, embora "seja a opção mais simples para todos".

Se a OTAN se recusar a convidar a Ucrânia para o bloco, o país precisará de um exército de 1,5 milhão de soldados com armas modernas, disse o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelenski, em uma coletiva de imprensa na Conferência de Segurança de Munique, na sexta-feira.

Zelensky explicou que, embora não faça parte do bloco político-militar, ele precisará se defender "com um exército que tenha plenas capacidades", ou seja "com o armamento certo da OTAN e o número certo de soldados, nossos ucranianos".

Revelando o número exato de militares, ele disse que “será um exército de 1,5 milhão”.

Ao ser questionado sobre a posição dos EUA em relação à adesão da Ucrânia à OTAN, Zelensky disse que a atual administração e o presidente Donald Trump entendem que não é possível que a Ucrânia entre para a OTAN.

“Acreditam que a Ucrânia não pode fazer parte da aliança. Acreditam que isso é uma escalada contra a Rússia”, explicou.

No entanto, ele reiterou que a melhor opção de garantias de segurança para Kiev é um convite para adesão na Aliança Atlântica.

"Confiamos na OTAN, confiamos nessas garantias de segurança. Estou sendo pragmático e honesto e acho que essa é a opção mais simples para todos", disse ele. “Ou a Ucrânia está na OTAN ou a OTAN está na Ucrânia. Estamos abertos a propostas”, acrescentou.

"OTAN também precisa da Ucrânia"

Enquanto isso, o ministro da Defesa Ucraniana, Rustem Umerov, afirmou no início do dia que havia se reunido com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, e disse a ele que o país não quer abandonar seu caminho para se juntar ao bloco. "A Ucrânia não está abandonando seu curso estratégico: vemos nosso futuro na OTAN", escreveu ele nas mídias sociais.

O ministro também discursou em uma sessão do Conselho OTAN-Ucrânia. “Transmiti nossa posição clara: não é apenas a Ucrânia que precisa da aliança; a OTAN também precisa da Ucrânia, de sua experiência e de seu potencial”, opinou.