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'EUA querem nos desarmar para Israel nos bombardear sem consequências', afirma presidente iraniano

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, criticou a postura dos EUA e questionou a sinceridade das intenções de Trump em relação a um possível acordo, destacando a responsabilidade de Washington no caos no Oriente Médio.
'EUA querem nos desarmar para Israel nos bombardear sem consequências', afirma presidente iranianoGettyimages.ru / Iranian Presidency / Anadolu

No discurso realizado em Bushehr, no sul do Irã, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a pressão dos Estados Unidos sobre Teerã para que o país limitasse sua capacidade de defesa.

"Exigem que abandonemos nossos mísseis para que Israel possa nos bombardear sem consequências, da mesma forma que devastou Gaza", afirmou ele, em declarações divulgadas na quarta-feira (12) pelo Tehran Times.

Pezeshkian rejeitou as acusações feitas pelo governo Trump de que o Irã estaria envolvido em "comportamento destrutivo e desestabilizador no Oriente Médio" e ressaltou que o país não busca "nenhum conflito com nenhuma nação", mas sim "laços irmãos com todos os vizinhos".

O presidente iraniano também criticou os EUA por, em sua visão, "semear o caos ao armar Israel para massacrar os palestinos em Gaza".

"Com que direito eles ocupam nossa região, assassinam nosso povo e depois nos pregam sobre segurança?", questionou.

Quanto à postura do presidente dos EUA, Donald Trump, que, embora impondo uma campanha de "pressão máxima" contra o Irã, não descartou "um acordo com o Irã", Pezeshkian expressou dúvidas sobre a sinceridade das preocupações americanas. “Se os EUA realmente querem negociações, por que sabotam todas as oportunidades de paz?”, indagou.

O líder iraniano também afirmou que Washington "fechou todas as portas para as negociações" ao impor avaliações com o intuito de "estrangular a resiliência do Irã".

  • Em 4 de fevereiro, Trump aprovou uma ordem executiva que restabeleceu a política de "pressão máxima" contra o Irã, com o objetivo de "combater o desenvolvimento agressivo de mísseis e outras capacidades armamentistas assimétricas e convencionais" e de "negar ao Irã todos os caminhos para desenvolver uma arma nuclear" e mísseis balísticos intercontinentais.
  • A ordem ainda instruiu o Departamento do Tesouro a executar uma "pressão econômica máxima" sobre o Irã, por meio de avaliações que buscam reduzir a zero as exportações de petróleo iraniano.
  • Trump afirmou que não descartou a possibilidade de um acordo com Teerã. "Veremos se podemos chegar a um acordo com o Irã e se todos nós podemos viver juntos. Talvez seja possível ou talvez não", disse ao competir a ordem executiva.