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Inflação nos EUA dispara no primeiro mês do ano

Alta nos preços de alimentos, combustíveis e seguros impulsiona o maior avanço da inflação em quase um ano e meio, com impactos esperados das novas tarifas comerciais.
Inflação nos EUA dispara no primeiro mês do anoGettyimages.ru / martin-dm

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos tiveram em janeiro a maior alta em quase um ano e meio, impulsionados pelo aumento dos custos de diversos bens e serviços, informou a Reuters nesta quarta-feira (12).

Segundo o Departamento do Trabalho, a inflação acima do esperado foi parcialmente influenciada pelo reajuste de preços promovido por empresas no início do ano, resultando em um aumento recorde no custo de medicamentos e no seguro de veículos automotores.

"A moderação que vimos na inflação ao consumidor no verão passado não é mais visível agora", afirmou Scott Anderson, economista-chefe para os EUA da BMO Capital Markets. Ele destacou que essa alta não é um evento isolado, mas "parece ser um verdadeiro fortalecimento das pressões inflacionárias por vários meses".

De acordo com dados do Bureau of Labor Statistics (BLS), o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% em janeiro, o maior aumento desde agosto de 2023, após uma alta de 0,4% em dezembro.

Alimentos e energia em alta

Os preços dos alimentos avançaram 0,4%, após subirem 0,3% no mês anterior. Nos supermercados, o aumento foi de 0,5%, impulsionado pelo custo dos ovos, que disparou 15,2%, registrando o maior salto desde junho de 2015. Isso representou cerca de dois terços do aumento total nos preços dos supermercados.

Um surto de gripe aviária causou escassez de ovos, elevando os preços em 53% na comparação anual. Além disso, carnes, aves, peixes, bebidas não alcoólicas e produtos lácteos também ficaram mais caros. Em contrapartida, os preços de frutas e vegetais registraram a maior queda em quase dois anos.

O preço da gasolina subiu 1,8%, enquanto o gás natural também teve alta de 1,8%. Já a eletricidade manteve-se estável.

Impacto das tarifas comerciais

Nos 12 meses até janeiro, o IPC acumulou alta de 3,0%, o maior avanço desde junho de 2024, após um aumento de 2,9% em dezembro.

Empresas podem ter elevado os preços preventivamente, antecipando-se à ampliação das tarifas sobre produtos importados. No início do mês, Trump suspendeu até março uma tarifa de 25% sobre produtos do Canadá e do México, mas uma tarifa extra de 10% sobre produtos chineses entrou em vigor.

Economistas alertam que essas tarifas, quando aplicadas integralmente, podem pressionar ainda mais a inflação nos próximos meses.