10 anos dos acordos de Minsk: o que a 'sabotagem de Kiev' revela?

A sabotagem dos acordos de Minsk pelo governo de Kiev, com apoio do Ocidente, demonstra que Donbass foi tratado apenas como um simples território, sem consideração pelos habitantes da região, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, nesta quarta-feira.

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Questionada sobre os objetivos do pacto e as razões para o descumprimento do acordo, Zakharova acusou Kiev de ignorar o destino de milhões de russos e falantes de russo.

Segundo a diplomata, as autoridades ucranianas fizeram de tudo para inviabilizar os acordos de Minsk, que poderiam ter levado a uma solução pacífica do conflito e à reintegração de Donbass à Ucrânia.

"A verdadeira intenção da minoria neonazista no poder na Ucrânia e de seus aliados ocidentais é eliminar qualquer vestígio da cultura russa nos vastos territórios da antiga República Socialista Soviética da Ucrânia e transformá-los em uma base de operações contra a Rússia. Por isso, sabotaram a implementação dos acordos de Minsk, assinados há 10 anos", afirmou a diplomata.

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Zakharova fez os comentários no décimo aniversário da assinatura do conjunto de medidas conhecido como Minsk II.

Na ocasião, a porta-voz do governo russo também apresentou um breve histórico do pacto, lembrando que seus signatários eram membros do Grupo de Contato, que incluía representantes das partes envolvidas no conflito em Donbass (Kiev, Donetsk e Lugansk), além de mediadores como Rússia e Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

O acordo foi "ratificado por uma declaração conjunta dos líderes do formato da Normandia (Rússia, Alemanha, França e Ucrânia) e aprovado pela Resolução 2202 do Conselho de Segurança da ONU, tornando-se parte do direito internacional", destacou.

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Segundo Zakharova, os documentos tinham como objetivo "encerrar o conflito armado no sudeste da Ucrânia, iniciado após o golpe de Estado em Kiev, em fevereiro de 2014".

Ela explicou ainda que os acordos previam a reintegração de Donbass à Ucrânia com um status especial, garantindo a preservação da identidade cultural da população local.

No entanto, pouco depois da assinatura, o governo ucraniano "passou a descumprir suas obrigações e manteve os bombardeios contra Donbass", disse Zakharova, acrescentando que "o Ocidente ignorou essas ações".

A diplomata afirmou ainda que líderes ocidentais reconheceram diversas vezes que os acordos de Minsk foram firmados apenas para "dar tempo à Ucrânia para se fortalecer".

• Durante o conflito no então leste da Ucrânia, 14.500 civis foram mortos na região e cerca de 50 mil infraestruturas civis foram destruídas, ressaltou a porta-voz russa.