O Governo argentino iniciou o processo de privatização da empresa ferroviária Belgrano Cargas y Logística SA, que foi definida como "déficitária" desde o início da avaliação. A empresa é responsável pela operação e logística dos trens de carga, pela manutenção da infraestrutura ferroviária, que abrange 7.600 quilômetros de trilhos, e pela gestão dos sistemas de controle de tráfego.
De acordo com o decreto assinado pelo presidente da Argentina, Javier Milei, e publicado na segunda-feira no Diário Oficial, o "procedimento para a privatização total" da empresa é autorizado por meio da "desintegração vertical e separação das atividades e dos ativos de cada unidade de negócios, sob a modalidade de leilão público para a venda de material rodante e por meio da celebração de contratos de concessão de obras públicas para as vias e propriedades construtores".
Segundo o decreto, "desde a sua criação" a empresa "tem sido deficitária" e que " apesar dos esforços feitos pelo estado nacional para reduzir o défice, ainda precisa de assistência significativa do tesouro nacional ". Caberá ao Ministério da Economia convocar e julgar a licitação.
De acordo com a imprensa local, a Agência de Transformação de Empresas Públicas anunciou que, uma vez concluído o processo de privatização e concessão, "a empresa será dissolvida e liquidada".
No último sábado, Manuel Adorni, porta-voz da presidência, já havia confirmado a assinatura do decreto para a "privatização total da empresa Belgrano Cagas y Logística SA".
"O Estado deixará de ser o operador dos serviços ferroviários de carga e de toda a sua infraestrutura: materiais rodantes, carris, oficinas e edifícios", acrescentou.
A Belgrano Cargas foi uma das empresas incluídas para privatização na Ley Bases, aprovada pelo Congresso argentino no ano passado. A confirmação desse processo foi feita em outubro do ano passado, quando o governo anunciou que a intenção era "racionalizar a competitividade do transporte ferroviário de carga, promover o investimento no setor e introduzir a lógica de mercado no setor ferroviário".
"Nas mãos do Estado, ela é obscenamente deficitária e tem um quadro de pessoal superdimensionado de 4.429 pessoas, além de uma estrutura hierárquica elevada e não está de acordo com suas funções", disse o poder executivo na época, acrescentando que, em 2023, o Estado teria de cobrir um déficit de US$ 112 milhões.