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Macron manda Trump 'se preocupar com a China' ao invés de prejudicar a UE

O presidente francês alerta para os impactos das tarifas e defende a União Europeia como aliada dos EUA, enquanto Trump ameaça novas medidas econômicas contra o bloco.
Macron manda Trump 'se preocupar com a China' ao invés de prejudicar a UEGettyimages.ru / Antoine Gyori - Corbis

Emmanuel Macron afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria focar em outras questões em vez de tentar prejudicar a economia da União Europeia.

Em entrevista à CNN publicada no domingo, Macron sugeriu que, dado que a principal preocupação de Trump é a China, ele deveria "se concentrar na China".

O presidente francês afirmou que a Europa é uma aliada dos Estados Unidos e que, para que o continente participe de maneira mais ativa em investimentos, defesa e segurança, e se desenvolva na direção que ele acredita ser de interesse dos EUA, é preciso evitar a imposição de tarifas que prejudiquem a economia europeia.

Macron ressaltou que, diante das condições atuais, como a situação na Ucrânia, o Oriente Médio, a rivalidade entre EUA e China e o avanço de novas tecnologias, a União Europeia não deveria ser o principal alvo do governo norte-americano.

Além disso, o presidente francês observou que, considerando a forte integração das cadeias de valor entre os EUA e a UE, a imposição de tarifas sobre produtos europeus só aumentaria os custos e a inflação nos Estados Unidos. Ele ainda expressou dúvidas sobre o interesse dos cidadãos americanos em tal desenvolvimento.

  • Em 1º de fevereiro, os EUA impuseram novas tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México, e de 10% sobre as importações da China.
  • Mais cedo, Donald Trump anunciou sua intenção de estabelecer tarifas contra a União Europeia, acusando o bloco de ter uma postura "terrível" em relação a Washington e de adotar práticas comerciais injustas. Sem entrar em detalhes, Trump afirmou que a medida seria tomada "muito em breve" e destacou que o bloco europeu teria "realmente tirado vantagem" dos Estados Unidos, mencionando um déficit comercial dos EUA superior a US$ 300 bilhões.