
Países do BRICS manifestam preocupação com ameaça de Bolsonaro

A afirmação de Jair Bolsonaro (PL) de que vai retirá o Brasil do BRICS caso volte à presidência gerou preocupação entre os países integrantes do grupo, como informou a Folha de S.Paulo no domingo.
Embora Bolsonaro esteja inelegível, suas declarações tiveram grande repercussão, pois é a primeira vez que um político de peso faz uma crítica tão forte ao grupo, destacou o jornal, citando uma fonte.
De acordo com uma autoridade de um dos países membros do BRICS, a declaração do ex-presidente causou impacto, sendo a primeira vez que um político de seu porte se manifesta de maneira tão enfática contra a organização.

Antes disso, a participação do Brasil no BRICS nunca havia sido questionada publicamente por políticos influentes, em nenhum governo, ressaltou a mesma autoridade, que lembrou que a criação do BRICS teve início no Brasil.
Durante o governo de Bolsonaro, o BRICS era visto com bons olhos, no sentido de que o Brasil deveria manter boas relações com os Estados Unidos, mas sem um alinhamento automático em todas as questões, afirmou a fonte.
O ex-presidente começou a criticar o grupo abertamente após o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, segundo o jornal.
Declarações de Bolsonaro
Na quinta-feira, o ex-presidente afirmou que, se voltar ao cargo, retirará o Brasil tanto do BRICS quanto da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Eu, se for presidente de novo, saio do BRICS [grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e da OMS [Organização Mundial da Saúde]", disse ele em entrevista à Folha de S.Paulo.
Além disso, afirmou que permitiria a instalação de uma base militar dos Estados Unidos na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
"Eu vou permitir que seja instalada uma base militar dos EUA ali", afirmou.
Bolsonaro está proibido de disputar as eleições de 2026 devido à condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.