Notícias
Hospital em São Paulo usa furadeiras domésticas em cirurgias
Funcionários denunciam que equipamentos foram escondidos durante fiscalização, a prática é proibida pela Anvisa desde 2008.
Médicos do Hospital Nossa Senhora do Pari, localizado no Centro de São Paulo, receberam denúncias por utilizarem furadeiras domésticas em cirurgias ortopédicas, conforme revelado por vídeos e relatos de funcionários. A prática, proibida pela Anvisa desde 2008, foi flagrada em imagens divulgadas pelo g1, que mostram os equipamentos com marcas de sangue e fios desencapados durante procedimentos.
Os funcionários afirmam que as furadeiras foram escondidas durante uma fiscalização da Vigilância Sanitária realizada nesta quinta-feira.
De acordo com relatos de trabalhadores do local, que preferiram não se identificar, as furadeiras caseiras são usadas em todas as cirurgias que exigem perfuração óssea, até mesmo as complexas.
"São de cinco a nove furadeiras que têm na casa, são as comuns que você compra para perfurar a parede. Algumas têm até raspada a marca, e tem umas que são passadas [fita] isolante no cabo. Outras eles mesmos [médicos] reformaram", afirmou um deles.
Fiscalização e respostas dos órgãos
A Vigilância Sanitária afirmou, por nota citada pelo portal, que esteve no hospital após a denúncia, mas não encontrou irregularidades. Já a diretoria do Hospital do Pari disse que os perfuradores utilizados são aprovados pela Anvisa e que o local é fiscalizado periodicamente.
A Secretaria Estadual da Saúde destacou que o hospital tem autonomia administrativa e está sob gestão municipal, enquanto a Prefeitura de São Paulo informou que, se comprovadas irregularidades, o contrato com a unidade pode ser rescindido.
O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) anunciou que abriu uma investigação sobre o caso. A Anvisa, por sua vez, ressaltou que a fiscalização de hospitais é de responsabilidade estadual ou municipal.