Donald Trump reafirmou nesta quinta-feira sua intenção de assumir o controle da Faixa de Gaza, dizendo que o enclave seria "entregue" aos EUA por Israel assim que as hostilidades cessassem. Trump reiterou que a medida envolveria o deslocamento de palestinos para países vizinhos.
"A Faixa de Gaza será entregue por Israel aos EUA no final dos combates", declarou ele. Depois disso, os palestinos seriam reassentados na região "em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas", escreveu o presidente dos EUA na rede social Truth Social.
"Realmente teriam a oportunidade de serem felizes, seguros e livres", indicou. "Os Estados Unidos, trabalhando com grandes equipes de desenvolvimento de todo o mundo, iniciariam lentamente e cuidadosamente a construção do que se tornaria um dos maiores e mais espetaculares projetos desse tipo na Terra. Não seriam necessários soldados nore-americanos! A estabilidade reinaria na região!", concluiu Trump.
"Seremos seus mestres"
As declarações do presidente dos EUA foram feitas após ele revelar na terça-feira (04) seus planos para o futuro de Gaza, uma região amplamente devastada pelos bombardeios de Israel.
Após reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, Trump explicou que seu plano inclui que os palestinos não retornem ao território.
"Eu apenas apoio limpá-la e fazer algo com ela [a Faixa de Gaza]", declarou.
Como alternativa, o presidente dos EUA fala em realocar os habitantes de Gaza para os Estados vizinhos, incluindo o Egito e a Jordânia.
"Poderia ser a Jordânia, o Egito e outros países", disse ele, acrescentando que também há várias áreas separadas.
"Houve muitos líderes de muitos países que estenderam a mão e que gostariam de participar. Não precisa ser o Egito, não precisa ser a Jordânia, mas acho que eles também [querem]", acrescentou.
Críticas ao plano
O Hamas criticou o plano, dizendo que é "uma receita para criar caos e tensão na região".
"Nosso povo na Faixa de Gaza não permitirá que esses planos aconteçam, e o que é necessário é o fim da ocupação e da agressão contra nosso povo, e não expulsá-lo de sua terra", disse o porta-voz do grupo palestino.
Os países árabes também se opuseram à proposta. Chefes da diplomacia e outras autoridades governamentais do Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Catar e Palestina, bem como da Liga Árabe, disseram que não permitiriam a transferência de palestinos de suas terras "sob nenhuma circunstância ou justificativa".