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Quem é George Soros, o homem que 'quebrou' o Banco da Inglaterra e financia golpes de Estado

Entre filantropia e poder, conhecido por desestabilizar moedas e financiar "causas progressistas", Soros divide opiniões ao apoiar organizações políticas e sociais no Brasil e no mundo.
Quem é George Soros, o homem que 'quebrou' o Banco da Inglaterra e financia golpes de EstadoGettyimages.ru / Sean Gallup

Nascimento: 12 de agosto de 1930, em Budapeste, Hungria.

Nome: George Soros, nascido György Schwartz. Sua família, de origem judaica, mudou o sobrenome em 1936 devido ao avanço do fascismo e ao aumento do antissemitismo na Europa.

Ocupação: Investidor, magnata, escritor e filantropo.

Fortuna: Em 2025, a revista Forbes estimou sua fortuna em US$ 6,7 bilhões. Em 2018, seu patrimônio caiu de US$ 25,2 bilhões para US$ 8 bilhões, devido a transferência de US$ 18 bilhões para sua fundação, a Open Society Foundations.

Vida pessoal: Casou-se três vezes e se divorciou duas. Em 2013, aos 83 anos, uniu-se à consultora de saúde e educação Tamiko Bolton. Ele tem cinco filhos de seus dois primeiros casamentos.

Carreira: "o homem que 'quebrou' o Banco da Inglaterra"

Soros se destacou no mercado financeiro com fundos de investimento e se tornou um dos especuladores de moeda mais bem-sucedidos do mundo.

Em 1947, mudou-se para o Reino Unido e se formou em Filosofia na London School of Economics. Trabalhou como garçom e chefe de estação antes de ingressar no setor financeiro em um banco comercial.

Em 1956, mudou-se para Nova York, onde trabalhou como analista financeiro. Após fundar o Quantum Fund em 1969, obteve lucros anuais superiores a 30% em sua primeira década.

Seu momento mais notório ocorreu na Quarta-feira Negra, em 1992, quando apostou contra a libra esterlina, lucrando mais de US$ 1,1 bilhão em um único dia e ganhando o apelido de "o homem que quebrou o Banco da Inglaterra".

Sua estratégia baseia-se na teoria da reflexividade, que desafia a ideia de equilíbrio de mercado e sustenta que as percepções dos investidores influenciam os preços. Ele consolidou sua abordagem macroeconômica, explorando instabilidades do mercado para obter lucros significativos.

Em 2011, anunciou o fechamento do Quantum Fund para investidores externos, transformando-o em um grupo de investimentos familiares, evitando assim regulamentações da Lei Dodd-Frank.

Sua influência no mundo financeiro permanece forte, com sua filosofia guiando traders e investidores até hoje.

Atividade política e filantrópica

Desde os anos 1970, Soros investe em projetos filantrópicos e defende a ideologia da sociedade aberta e do liberalismo econômico. Criou a Open Society Foundations, presidida por ele até 2023, quando passou o comando para um de seus filhos.

Durante as revoluções de 1989, financiou dissidentes e grupos da sociedade civil no Leste Europeu, incluindo Polônia e República Tcheca.

No início dos anos 2000, se envolveu na política dos EUA. Foi um dos principais financiadores do Partido Democrata, tentando evitar a reeleição de George W. Bush, a quem criticava pela invasão do Iraque.

Apesar da vitória de Bush, a rede de doadores democratas cresceu com a ajuda de Soros.

Em 2014, Soros admitiu ter criado uma fundação na Ucrânia que ajudou a derrubar o governo do país, favorecendo um novo regime alinhado aos interesses dos EUA.

Controle da mídia

Soros se tornou alvo de diversas teorias da conspiração devido à sua influência política.

Após a eleição presidencial de 2016 nos EUA, quando doou mais de US$ 25 milhões para Hillary Clinton e outros democratas, ele foi acusado de desestabilizar o governo republicano de Donald Trump. Esse discurso se intensificou na eleição de 2020 e continua a ser propagado até os dias atuais.

Ele também foi acusado de manipular a mídia americana. Em 2023, a Fox News divulgou um estudo afirmando que Soros financiou dezenas de jornalistas influentes e teria gasto US$ 131 milhões para garantir que 253 veículos cobrissem os acontecimentos com um viés alinhado ao seu.

A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, afirmou que, se as alegações fossem comprovadas, a democracia americana estaria comprometida.

Soros e o Brasil

Conhecido por suas operações no mercado financeiro, Soros é alvo de críticas por supostos ataques especulativos contra moedas e economias emergentes.

No Brasil, há indícios de que ele tenha lucrado com a desvalorização do real nos anos 1990, o que levanta questionamentos sobre o impacto de especuladores internacionais na economia do país.

Além do mercado financeiro, Soros influencia o cenário político e social brasileiro por meio da Open Society Foundations, que financia diversas organizações como o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o Geledés — Instituto da Mulher Negra e a Conectas Direitos Humanos.

Embora seus apoiadores defendam essas iniciativas como forma de "fortalecer a democracia e os direitos humanos", críticos apontam que esse financiamento pode representar uma interferência externa em assuntos nacionais sensíveis.