O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) lidera a preferência entre eleitores gays alemães, segundo uma pesquisa realizada pela plataforma de encontros voltada para o público homossexual.
O levantamento foi feito entre 24 de janeiro e 2 de fevereiro e mostrou que quase 28% dos mais de 60 mil entrevistados do aplicativo afirmaram que votariam no AfD nas eleições para o Bundestag, em 23 de fevereiro.
De acordo com a pesquisa, o AfD apareceu como o partido mais popular entre os entrevistados, com 27,9% das intenções de voto, seguido pelos Verdes (19,9%) e pela União Democrata Cristã (CDU) (17,6%).
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Olaf Scholz, teve apenas 12,5% da preferência. O apoio ao AfD variou conforme a idade: 34,7% entre homens gays de 18 a 24 anos e 19,8% entre aqueles com mais de 60 anos. Os usuários participaram anonimamente e foram questionados apenas sobre idade e intenção de voto.
Apesar de uma das líderes do AfD ser a lésbica assumida Alice Weidel, que tem um relacionamento com uma mulher de origem cingalesa, o partido é frequentemente acusado de homofobia.
Em novembro, a chefe da força policial de Berlim, Barbara Slowik, afirmou que "Judeus e gays devem esconder sua identidade em 'bairros árabes'".
Partido oposicionista que pode ser banido
Fundado em 2013, o AfD tem crescido em popularidade nos últimos anos. No entanto, mesmo que vença as próximas eleições, a formação de um governo é improvável, já que os demais partidos rejeitam qualquer coalizão com a legenda de direita.
O AfD se opõe ao envio de ajuda militar à Ucrânia, defende uma solução diplomática para o conflito e pede a revisão do papel da Alemanha na OTAN. O partido também não descarta a possibilidade de deixar a aliança caso os interesses nacionais não sejam atendidos.
Além disso, a sigla propõe reformas na União Europeia e, se suas demandas não forem aceitas, alguns representantes defendem a saída completa do bloco. Caso chegue ao governo, o AfD promete fechar as fronteiras da Alemanha e acabar com a imigração ilegal.
*O movimento internacional LGBT é classificado como uma organização extremista no território da Rússia e proibido no país.