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Moraes defende uso de armas 'mais pesadas possíveis' em operações policiais no Rio de Janeiro

Ministro do STF afirmou que ações contra milícias e tráfico exigem armamento letal.
Moraes defende uso de armas 'mais pesadas possíveis' em operações policiais no Rio de JaneiroGettyimages.ru / Ton Molina/NurPhoto

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta quarta-feira o uso de armas letais em operações policiais no Rio de Janeiro. A declaração foi feita durante o julgamento da ADPF das Favelas, ação que discute medidas para reduzir a letalidade policial no estado.

A declaração foi feita após o relator do processo, ministro Edson Fachin, argumentar que as operações policiais devem ser avaliadas com base na "necessidade e proporcionalidade das medidas adotadas".

"Qualquer operação no Rio de Janeiro, contra milícias ou tráfico de drogas, me parece óbvio que o armamento a ser utilizado seja o mais pesado possível que a polícia tenha", afirmou Moraes.

O ministro ressaltou que a população em áreas controladas por milícias vive uma "escravização moderna", na qual quem discorda dos criminosos é morto ou ameaçado.

Moraes criticou ainda a "questão política ideológica no Rio de Janeiro" e o fracasso de políticas públicas de segurança, que, segundo ele, "vêm sendo jogadas ao Supremo Tribunal Federal". O ministro reforçou que não cabe ao STF sugerir à polícia que haja outra possibilidade de operação que não seja com armas letais.

A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) das Favelas foi proposta em 2019 e busca reduzir violações de direitos humanos em operações policiais. Entre as medidas já adotadas estão a suspensão de operações durante a pandemia e a exigência de câmeras nos uniformes de policiais.

Autoridades do Rio, como o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito Eduardo Paes (PSD), criticaram as intervenções do STF. Paes afirmou que a ADPF criou a impressão de que o Rio virou um "resort para delinquentes".