O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira que repetiria a declaração que fez ao comparar a ofensiva israelense na Faixa de Gaza contra o grupo palestino Hamas ao assassinato em massa de judeus, promovido por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
"Eu diria a mesma coisa. Porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra", disse Lula durante entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV!, em trecho divulgado pelo portal de notícias UOL.
"Você não tem na Faixa de Gaza uma guerra de um Exército altamente preparado contra um Exército altamente preparado. Você tem, na verdade, uma guerra de um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças", denunciou Lula na entrevista.
O mandatário ressaltou o fato de não ter usado o termo "Holocausto", o que atribuiu a uma "interpretação" do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
"Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel, não foi minha. A segunda coisa é o seguinte: morte é morte", acrescentou, lembrando que o Brasil foi o primeiro país "a condenar o gesto terrorista do Hamas", em outubro do ano passado.
No entanto, Lula destacou que não é possível "condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o Estado de Israel através do seu Exército, do seu primeiro-ministro fazendo com inocentes as mesmas barbaridades".
"O que nós estamos clamando: que pare os tiroteios, que permita que tenha a chegada de alimento, de remédio, de médico, para que a gente tenha um corredor humanitário e tratar das pessoas", pontuou.
- Em uma coletiva de imprensa na 37ª Cúpula da União Africana em Adis Abeba, Etiópia, em 18 de fevereiro, Lula comparou os acontecimentos no enclave palestino com o momento "quando [Adolf] Hitler decidiu matar os judeus".
- O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, designou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como persona non grata por causa das declarações prévias do mandatário.