Putin considera 'vergonhosa' exclusão de Moscou do 80º aniversário da libertação de Auschwitz

O presidente russo lamentou que os verdadeiros libertadores não sejam reconhecidos, mas sim figuras controversas.

A recusa em convidar a Rússia para eventos que marcam o 80º aniversário da libertação de Auschwitz, na Polónia, é "vergonhosa", denunciou o presidente russo Vladimir Putin em entrevista ao jornalista Pavel Zarubin, divulgada no domingo. 

"Quanto a não convidar a [Rússia] para eventos relacionados à libertação de Auschwitz, é claro que isso é algo muito estranho e vergonhoso para aqueles que o fizeram", afirmou ao ser questionado sobre o assunto. 

Putin acrescentou que os países europeus podem ter atitudes diferentes "em relação à política da Rússia e ao chefe do Estado Russo", destacando o fato de que Moscou não está implorando por um convite para esses eventos.

No entanto, o presidente enfatizou que a liderança da UE poderia ter encontrado uma saída. "Se não for possível convidar os libertadores de Auschwitz devido à sua saúde e idade, pelo menos convide seus pais, alguém que seja parente deles", afirmou. 

Ao contrário, continuou, foram convidadas as pessoas que escolheram Stepan Bandera [líder separatista ucraniano e colaborador nazista], "culpado do Holocausto e do extermínio" de centenas de milhares de judeus, russos, os mesmos poloneses como "seu herói nacional", comentou o presidente russo.

"A liderança atual da Ucrânia elevou Bandera à categoria de herói nacional. Ele é hoje um símbolo do Estado ucraniano", concluiu o presidente russo.