Novo general brasileiro na RD Congo promete 'proteger civis' e 'dar um futuro melhor' aos locais

Na quarta-feira, o tenente-general Ulisses de Mesquita Gomes, novo comandante da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco), concedeu uma entrevista exclusiva à ONU News, na qual afirmou estar honrado em representar o Exército brasileiro no país africano, cuja região leste está sendo atacada pelos rebeldes do grupo M23.

"Vai ser também um prazer me juntar ao componente militar, juntamente com o componente civil e o componente policial, ajudar na implementação do mandato da ONU para a Monusco, especialmente no que tange à proteção de civis e também com foco para dar um futuro melhor para a população congolesa", afirmou ao veículo.

Ao longo da entrevista, o militar observou a escala da missão de manutenção da paz da Monusco, que é uma das maiores do mundo, com cerca de 14.000 soldados.

O tenente-general Mesquita Gomes 

Ulisses de Mesquita Gomes sucede o major-general Khar Diouf, do Senegal, como comandante da força da Monusco. A ONU reconheceu a experiência operacional, estratégica e diplomática do oficial brasileiro, que anteriormente atuou como vice-chefe do Comando de Logística do Exército Brasileiro e como adido militar do Brasil nos EUA.

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Seus cargos anteriores incluem a liderança da 7ª Brigada de Infantaria no Brasil, o cargo de conselheiro de defesa do ministro de Assuntos Estratégicos do Governo Brasileiro e a função de chefe de Planejamento e Operações da 11ª Brigada de Infantaria.

O militar também possui experiência internacional, participando da Missão da ONU no Haiti (Minustah) de 2008 a 2009 e foi chefe do Serviço de Doutrina e Operações Militares Atuais no Escritório de Assuntos Militares da ONU entre 2017 e 2019. Ulisses é bacharel em Direito, mestre em Ciências Militares e fluente em inglês, francês, português e espanhol.

Situação na RD Congo

Nos últimos dias, a República Democrática do Congo vivenciou um novo surto de violência devido à ofensiva dos rebeldes do M23 no leste do país.

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Segundo a ONU, o grupo armado tomou o controle da cidade de Goma, a maior do leste da República Democrática do Congo. Desde 26 de janeiro, a cidade enfrenta falta de água e eletricidade, sem internet desde o dia 27, além do fechamento do aeroporto, complicando os esforços humanitários.

A ONU expressou preocupação com o agravamento de uma das piores crises no país, que conta com mais de 100 milhões de habitantes, afetando mais de 6,5 milhões de pessoas.