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'Nojento e cínico': Rússia comenta ida de Zelensky a Auschwitz

Para Maria Zakharova, o líder do regime de Kiev finge "simpatizar" com as vítimas do Holocausto ao mesmo tempo em que exalta membros de formações neonazistas nas fileiras do exército ucraniano.
'Nojento e cínico': Rússia comenta ida de Zelensky a AuschwitzGettyimages.ru / Andrzej Iwanczuk

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou nesta sexta-feira (31) que a participação do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, na cerimônia que marcou os 80 anos da libertação de Auschwitz pelas tropas do Exército Vermelho gerou indignação na Rússia e na Polônia.

Zakharova classificou a presença de Zelensky no evento como "repugnante" e "cínica", argumentando que ele assinou documentos e deu ordens para demolir monumentos, além de "glorificar colaboradores e cúmplices do nazismo".

Zakharova destacou que, mesmo ciente da presença de batalhões ultranacionalistas no Exército ucraniano, que utilizam símbolos nazistas, como os da SS, Zelensky compareceu à cerimônia e demonstrou solidariedade às vítimas do Holocausto.

Por que ele não falou sobre como ele apoia as ideias dos nacionalistas que demoliram monumentos e destruíram as valas comuns dos soldados do Exército Vermelho, sobre como ele elevou à categoria de santos aqueles que têm em suas mãos o sangue de centenas de milhares de mulheres inocentes, idosos e crianças de diferentes nacionalidades - judeus, poloneses, ucranianos, russos, bielorrussos, declarou. 

Ela também ressaltou que a presença de Zelensky em Auschwitz gerou revolta nos círculos judaicos na Polônia. Zakharova citou o rabino-chefe da Polônia, Michael Schudrich, que afirmou que representantes da comunidade judaica consideraram "uma vergonha estar no mesmo evento com um ditador que tem nazistas ao seu lado".

  • Embora líderes e representantes de 54 países, incluindo Alemanha, França, Áustria, Reino Unido e Espanha, tenham sido convidados para a cerimônia, nenhuma delegação russa foi convidada, apesar de terem sido tropas do Exército Vermelho da União Soviética que libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em 27 de janeiro de 1945.