As declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o desejo de "recuperar" o Canal do Panamá provocaram amplos protestos contra a interferência dos Estados Unidos e condenação por parte de organizações sociais panamenhas.
Em meio à grave resistência, os panamenhos também manifestaram se contra a visita agendada do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que neste sábado, inicia uma "turnê" pela América Central.
Manifestações nas ruas
Na sexta-feira, as ruas da capital panamenha, a Cidade do Panamá, foram preenchidas com as bandeiras do país, enviando uma mensagem clara de patriotismo: "o Canal nos pertence".
Locais como a Chama Eterna no Monumento aos Mártires, que homenageia 21 panamenhos que perderam suas vidas defendendo a soberania de seu país, têm sido um dos principais pontos de encontro para as mobilizações.
Esse local comemora a violenta invasão armada que os EUA realizaram no território panamenho em 1989, Este local celebra a invasão armada realizada pelos EUA no Panamá em 1989, que resultou na morte de mais de 500 pessoas, conforme documentos oficiais norte-americanos. Informalmente, estima-se que o número de mortos possa chegar a milhares, incluindo muitas vítimas civis.
Histórico do Canal
Uma das obras mais impressionantes de engenharia do século XX, o Canal do Panamá conecta os oceanos Atlântico e Pacífico e tem sido o pulso da economia do país há décadas. A história da luta pelo seu controle tornou-se um símbolo de soberania para a nação.
Em 31 de dezembro de 1999, o Panamá assumiu o controle total da hidrovia interoceânica de acordo com os Tratados Torrijos-Carter com os EUA. A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) tornou-se a entidade responsável pela sua administração e operação.
Trump questionou a propriedade do canal e sugeriu que Washington deveria "retomar" seu controle. Isso gerou tensões entre os dois países, embora o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, tenha tentado seguir o caminho da diplomacia.
Para Jorge Luis Quijano, responsável pela administração do canal por mais de meia década, se há algo que une todos os panamenhos, é o canal:
"O canal que temos não é o que vocês nos deixaram. Vocês começaram a construir uma expansão em 1939 e a interromperam por causa da Segunda Guerra Mundial e nunca mais voltaram para concluí-la. Nós o pegamos e dissemos: 'Não vamos fazer o que eles iam fazer naquela época, mas vamos atualizá-lo, vamos fazê-lo para o que o mundo realmente precisa agora".