Nesta quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Palácio do Planalto. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o encontro teve como principal tema as críticas à reforma agrária, com o movimento pressionando por um avanço mais significativo no número de famílias assentadas.
Conforme relatado em coletiva de imprensa por João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do MST, o governo está aquém das expectativas do movimento, especialmente com a meta de 1.500 famílias assentadas por ano, considerada ''ridícula''. O movimento exige um compromisso maior do presidente, de cerca de 65 mil assentamentos anuais.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, anunciou um compromisso de 30 mil assentamentos para este ano, explicando que os números menores nos anos anteriores foram resultado de um orçamento restrito. Ele assegurou, no entanto, que os investimentos aumentarão a partir de 2025.
O presidente Lula também se comprometeu a visitar um assentamento em fevereiro e lançar o programa Desenrola Rural como parte da agenda de modernização da reforma agrária.
Durante a reunião, o MST também pressionou por mais investimentos na agricultura familiar e no orçamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"Não está fazendo nada"
Em uma entrevista concedida em junho de 2024, João Pedro Stédile, conhecida liderança do MST, havia expressado forte insatisfação com os avanços da reforma agrária sob a gestão Lula:
"O Governo não está fazendo nada na reforma agrária. É uma vergonha", declarou Stédile à época. "Nós já estamos há um ano e meio, não avançamos. Desapropriação não avançou. O crédito para os assentados não avançou, nem o Pronera [Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária]", acrescentou.