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Lula alerta que 'haverá reciprocidade' se Trump taxar produtos brasileiros

Em coletiva a imprensa, o presidente brasileiro afirmou que tomará medidas respetivas se seu homólogo norte-americano realizar suas ameaças tarifárias, enfatizando a importância do respeito nas relações entre os Estados soberanos.
Lula alerta que 'haverá reciprocidade' se Trump taxar produtos brasileirosGettyimages.ru / José Cruz / Agência Brasil

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, que seu país responderá com "reciprocidade" aos Estados Unidos se seu homólogo, Donald Trump, decidir taxar os produtos do gigante sul-americano.

"É muito símples. Se ele taxar os produtos brasileiiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos", declarou Lula, respondendo, em entrevista a jornalistas, ao ser questionado sobre as ameaças tarifárias.

No entanto, o presidente enfatizou que sua prioridade não é manter uma dinâmica de confronto com os EUA, mas sim uma relação de respeito entre Estados soberanos.

"Eu já governei o Brasil com o presidente republicano, já governei com presidente democrata, e a minha relação e sempre a mesma. A minha relação é uma relação de um estado soberano com outro Estado soberano", afirmou.

Lula enfatizou que queria melhorar as relações comerciais com o governo Trump. "Ele só tem que respeitar a soberania dos outros países", acrescentou.

Tensões crescentes

Donald Trump se pronunciou várias vezes sobre a eventual introdução de taxas comerciais aumentadas contra o Brasil, ligando a possibilidade à participação do Brasil no BRICS e eventos políticos no país sul-americano.

O presidente do Brasil manteve um tom cauteloso em relação aos Estados Unidos, apesar dos recentes atritos com a administração Trump sobre as políticas de imigração que endossaram a deportação de migrantes brasileiros.

Os repatriados, que chegaram na última sexta-feira, denunciaram que foram vítimas de agressões, ameaças e tratamento desumano por parte das autoridades de imigração dos EUA, o que levou o governo brasileiro a se queixar formalmente por meio de canais diplomáticos a Washington.

Na terça-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, explicou que o objetivo do governo brasileiro é que as deportações "sejam realizadas em conformidade com os requisitos mínimos de dignidade e respeito aos direitos humanos".