Notícias
Cortes de Trump na ajuda externa podem afetar projetos na Amazônia, alertam especialistas
A suspensão de financiamento pode prejudicar iniciativas de preservação e causar impactos nas parcerias com ONGs e comunidades indígenas.
Os cortes na ajuda externa promovidos pela administração norte-americana criarão obstáculos a projetos e pesquisas na Amazônia brasileira, informou a Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (30), citando especialistas.
Os cientistas admitiram ao jornal que, após a suspensão da assistência da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), algumas atividades foram paralisadas, o que pode levar ao cancelamento de certos projetos.
Entre as iniciativas que podem ser afetadas pela mudança na política dos EUA estão projetos de defesa do bioma da Parceria pela Conservação da Amazônia, ações com comunidades indígenas do grupo Mais Unidos, além de programas do WWF Brasil e do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), detalhou o veículo.
A mudança de prioridades nos EUA também pode comprometer o envio de US$ 50 milhões (cerca de R$ 294 milhões) para a preservação ambiental no Brasil, valor que havia sido anunciado no governo Biden.
Preocupações dos especialistas
A suspensão do financiamento gerou preocupações entre os especialistas, que destacaram a importância da parceria com os EUA.
"Esse corte é um sinal dos tempos. Algo que teve uma importância gigantesca e que está sendo assassinado hoje, numa canetada", afirmou à Folha Cláudio Ângelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima.
O endurecimento das políticas migratórias também tem causado perturbações entre cientistas que trabalham nos EUA.
"Há vários pesquisadores brasileiros aqui [nos EUA] que estão em uma incerteza, algo que nunca houve, com medo de perderem seus vistos de permanência. Pessoas com família, filhos. Ninguém sabe o que vai acontecer", disse a cientista Ludmila Rattis ao jornal.
Endurecimento das políticas por Trump
Logo após assumir o segundo mandato, o presidente Donald Trump alterou o rumo da política norte-americana em vários assuntos, sendo a questão ambiental um dos principais.
No primeiro dia de seu novo mandato, Trump assinou uma ordem executiva retirando os EUA do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius em comparação com os níveis pré-industriais, um objetivo que cientistas acreditam ser crucial para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
O Acordo, originalmente ratificado na Conferência Climática das Nações Unidas em 2015, foi abandonado por Trump em seu primeiro mandato. O governo Biden havia restaurado o acordo, mas a decisão foi novamente revogada pelo governo Trump.
