CEO do Telegram explica progresso da China na inteligência artificial

As declarações foram feitas por Pavel Durov após a startup chinesa DeepSeek apresentar seu novo modelo de IA que abalou o mercado global, provocando uma queda de quase US$ 1 trilhão na bolsa de valores Nasdaq, dos EUA.

O cofundador do Telegram, Pavel Durov, afirmou nesta quarta-feira (29) que o rápido avanço da China em inteligência artificial não é surpreendente e está ligado ao sistema educacional do país.

"Após o sucesso da startup chinesa DeepSeek, muitos estão surpresos com a rapidez com que a China alcançou os EUA em IA. No entanto, o progresso da China em eficiência algorítmica não surgiu do nada", escreveu em seu canal no Telegram.

Segundo Durov, o ensino médio chinês é mais eficiente do que o dos países ocidentais, o que faz com que os estudantes do país há anos superem concorrentes internacionais em matemática e programação nas olimpíadas científicas.

O empresário afirmou que o modelo educacional da China incentiva uma forte competição entre os alunos, algo que, segundo ele, foi inspirado no sistema educacional soviético.

"Em contraste, a maioria das escolas ocidentais desestimula a competição, proibindo anúncios públicos das notas e classificações dos alunos", disse Durov.

Ele argumenta que essa abordagem busca proteger os estudantes da pressão ou do constrangimento, mas, ao mesmo tempo, pode reduzir a motivação das crianças.

"A vitória e a derrota são dois lados da mesma moeda. Elimine os perdedores e você eliminará os vencedores", escreveu.

Para Durov, a possibilidade de superar adversários fortes faz com que muitos alunos vejam a educação como um jogo competitivo e se esforcem para atingir o topo.