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O que se sabe sobre maior desastre aéreo dos EUA em mais de uma década?

Um avião com mais de 60 pessoas colidiu com um helicóptero em Washington D.C. A aeronave caiu no rio Potomac, próximo ao Aeroporto Nacional Reagan.
O que se sabe sobre maior desastre aéreo dos EUA em mais de uma década?Captura de pantalla / X

Um avião Bombardier CRJ-700 da American Airlines, operado pela PSA Airlines, colidiu no ar com um helicóptero militar Sikorsky H-60 Black Hawk enquanto se aproximava da pista 33 do Aeroporto Nacional Reagan, em Washington.

Em comunicado conjunto, o Departamento de Bombeiros e Serviço de Emergência Médica de Washington (DCFD) e o Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) informaram que receberam várias ligações sobre a queda de um avião no Rio Potomac, próximo ao aeroporto, pouco depois das 20h50. Equipes de resgate estão mobilizadas na região.

Patinadores russos a bordo

A aeronave havia decolado de Wichita, no estado do Kansas, e transportava 64 pessoas, sendo 60 passageiros e quatro tripulantes, segundo a American Airlines.

De acordo com a agência russa RIA Novosti, entre os passageiros estavam os patinadores artísticos Yevguenia Shishkova e Vadim Naumov, ex-representantes da Rússia em competições internacionais. Também estavam a bordo Inna Volyanskaya, medalhista de bronze no campeonato da União Soviética, além de Misha Mitrofanov e Alisa Efimova, que já representaram a Rússia em competições.

No helicóptero havia três tripulantes

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, informou que três pessoas estavam no helicóptero militar envolvido no acidente. Um oficial de defesa dos EUA disse à CNN que não havia passageiros a bordo.

Equipes de resgate já recuperaram pelo menos 30 corpos, segundo fontes ouvidas pela NBC Washington.

“Não podemos fornecer detalhes sobre o número de vítimas neste momento”, disse Bowser em entrevista coletiva. Ela também evitou comentar sobre as condições do avião, que continua submerso no Rio Potomac.

Momentos antes da colisão

Pouco antes do pouso, os controladores perguntaram aos pilotos do voo 5342 se poderiam pousar na pista 33, recebendo uma resposta afirmativa. O sistema de rastreamento mostrou que a aeronave ajustou sua rota para essa pista mais curta, como informa a AP.

Menos de 30 segundos antes da colisão, um controlador perguntou ao piloto do helicóptero se ele via o avião comercial se aproximando. Momentos depois, alertou: “PAT 25, passe atrás do CRJ”. Em seguida, as aeronaves colidiram.

O Bombardier CRJ-700, fabricado em 2004, voava a 121 metros de altitude e a cerca de 225 km/h quando perdeu sustentação rapidamente após colidir com o helicóptero, segundo dados do transponder.

Registros da comunicação entre a torre de controle e os pilotos indicam que a tripulação do helicóptero não respondeu aos alertas dos controladores de tráfego aéreo antes da colisão.

Reações e investigação

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o acidente e informou que o presidente Donald Trump acompanha a situação.

“Há muitas agências envolvidas no resgate, tanto a polícia federal quanto a local. O presidente continuará monitorando os acontecimentos”, disse a porta-voz.

O FBI afirmou que não há indícios de terrorismo ou crime no acidente, mas disse estar pronto para prestar apoio às investigações, segundo a NBC News.

Trump comentou o acidente em uma postagem na rede social X. “Deus abençoe suas almas”, escreveu. Ele também criticou a dinâmica do acidente, sugerindo que poderia ter sido evitado.

“A aeronave estava em uma aproximação rotineira, enquanto o helicóptero seguia em sua direção por um longo tempo. Por que, em uma noite clara, com as luzes do avião acesas, o helicóptero não mudou de rota? Por que a torre de controle não deu ordens diretas ao helicóptero?”, indagou o presidente dos EUA.

Maior tragédia aérea em décadas

Autoridades locais afirmam que este pode ser o acidente aéreo mais grave em Washington em décadas. Segundo a CNN, o desastre mais mortal na região ocorreu em 1982, quando um voo da Air Florida colidiu com uma ponte sobre o Rio Potomac, matando mais de 70 pessoas.

A agência Reuters ressalta que esse é o primeiro acidente envolvendo voo comercial com vítimas fatais desde 2009 nos EUA, embora recentes incidentes tenham levantado preocupações sobre a segurança interna do tráfego aéreo no país.