
'Pedi a Biden pessoalmente': Zelensky conta como tentou se armar antes de conflito com Rússia

O líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, revelou, em entrevista à Fox News divulgada nesta quarta-feira (29), ter solicitado armas dos países ocidentais antes do início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
"Eu pedi pessoalmente ao presidente Biden e à sua equipe, ao Departamento de Estado, entramos em contato com todos na Casa Branca", afirmou Zelensky.
"Então nos dê [suas] armas agora", relatou ele, detalhando suas exigências às autoridades americanas na época.
De acordo com Zelensky, Washington se comprometeu a fornecer as armas somente se um conflito armado com a Rússia fosse iniciado. "E eu disse: façam tudo o que puderem agora", comentou, destacando que, em sua opinião, o envio de armas do Ocidente poderia ter evitado a operação militar russa.

A líder ucraniano contou ainda que também pediu armamentos aos países da União Europeia, mas que, segundo ele, essas nações não poderiam agir sem a aprovação dos Estados Unidos.
"Kiev decidiu entrar em guerra"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, afirmou em entrevista que, nos primeiros momentos da operação militar especial russa, Moscou alertou a Kiev sobre a possibilidade de evitar um conflito em larga escala, caso as tropas ucranianas se retirassem das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
"No início, dissemos à liderança ucraniana na época: 'O povo das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk não quer fazer parte da Ucrânia, deixe-os ir e pronto, acabou'", recordou Putin.
Segundo o presidente russo, não teria ocorrido "nem hostilidades nem guerra", mas Kiev optou por não acatar a sugestão.
"Eles disseram: 'Não, nós [a Ucrânia] vamos entrar em guerra'", comentou Putin acrescentando que negociações de paz entre Kiev e Moscou foram acordadas imediatamente, ainda no final de fevereiro de 2022.
Ele também ressaltou que as negociações foram sabotadas pela intervenção ocidental (Reino Unido e EUA) na primavera de 2022, logo após a assinatura de um esboço de acordo em Istambul.
Em seguida, no outono do mesmo ano, Zelensky, "ainda como presidente da Ucrânia, decretou a proibição de negociações com a Rússia", completou Putin.