As novas autoridades da Síria estão prontas para assumir o controle total das posições do lado sírio próximo às Colinas de Golã, desde que o exército israelense se retire completamente do território sírio, afirmou a Chancelaria do país em comunicado nesta quarta-feira.
O ministro das Relações Exteriores, Asaad Hassan al-Shibani, e o ministro da Defesa, major-general Murhaf Abu Qasra, reuniram-se com uma delegação da ONU liderada pelo embaixador Jean-Pierre Lacroix, subsecretário-geral de Operações de Manutenção da Paz, e pelo major-general Patrick Gouesla, chefe interino da missão e comandante da Força de Observação de Afastamento da Fronteira da ONU (UNDOF, na sigla em inglês).
"Durante a reunião, foi confirmado que a Síria está pronta para cooperar totalmente com a ONU e cobrir suas posições na fronteira de acordo com o mandato de 1974, sob a condição da retirada imediata das tropas israelenses", afirmou o Ministério das Relações Exteriores sírio, segundo a agência estatal SANA.
Por sua vez, a Força de Observação da ONU reafirmou seu compromisso em resolver a questão e restaurar a estabilidade na região, segundo a agência. A missão também expressou sua disposição em apoiar operações de desminagem e garantir a segurança na área, além de coordenar ações entre autoridades e organizações responsáveis pela remoção de explosivos e destroços de guerra.
- Em dezembro de 2024, após a deposição de Assad, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o acordo de retirada de forças nas Colinas de Golã, firmado logo após a Guerra do Yom Kippur, em 1973, não era mais válido, alegando que os militares sírios haviam abandonado suas posições.
- Netanyahu ordenou que as Forças Armadas de Israel (IDF) ocupassem a zona de fronteira e os postos estratégicos na região.
- O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, por sua vez, determinou que as unidades militares se preparassem para o inverno na parte síria das Colinas de Golã.