World desrespeita ordem da ANPD e continua pagando por escaneamento de íris no Brasil

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que iniciou a investigação em novembro de 2024, advertiu que a empresa, vinculada a criptomoedas, poderá sofrer sanções, como multas ou bloqueio de dados, caso não cumpra as determinações.

A World, empresa que oferece pagamentos em criptomoedas em troca do escaneamento da íris, desrespeitou uma ordem da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para suspender esses pagamentos, informou o g1 na segunda-feira (27).

De acordo com a empresa, 519 mil brasileiros estão cadastrados no World App, vinculado à criptomoeda Worldcoin.

A ANPD – órgão subordinado ao Ministério da Justiça – determinou que a empresa parasse de remunerar os usuários, pois a compensação financeira poderia influenciar o consentimento para coleta de dados pessoais.

A World alegou que continua operando dentro da legalidade e que pretende recorrer da decisão, alegando que 80% dos usuários consideram a tecnologia importante para a identificação online.

Na segunda-feira, durante visita a centros de atendimento para escaneamento de íris em São Paulo, o g1 constatou que novos usuários ainda estavam registrando-se normalmente para receber o prometido pagamento em criptomoeda.

A ANPD, que iniciou a investigação em novembro de 2024, advertiu que a World poderá sofrer sanções, como multas ou bloqueio de dados, caso não cumpra as determinações.

Em resposta, a empresa declarou que cumpre as leis brasileiras e que informações imprecisas nas redes sociais influenciaram a decisão da ANPD. Ela também afirmou que continuará oferecendo seus serviços no país e tem até 10 dias para apresentar um recurso.