Cuba: Deportação de migrantes é usada como arma de pressão política contra os povos latino-americanos

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, considera inaceitável a deportação "violenta" e "indiscriminada".

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, acusou os Estados Unidos de usar as deportações em massa, que estão sendo realizadas pela nova administração do presidente Donald Trump, como uma "arma de pressão política" contra a região.

"É inaceitável a deportação violenta e indiscriminada, que viola os direitos humanos mais elementares dos migrantes ilegais nos EUA e é usada como uma arma de pressão política contra os povos da nossa América", escreveu Rodríguez neste domingo no X.

Enfatizando que essa política externa é um "novo abuso" de Washington contra a América Latina, o chanceler declarou que apoiaria as iniciativas da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para enfrentá-la. Essa declaração coincide com o anúncio da organização de convocar uma reunião urgente de presidentes e chefes de Estado em 30 de janeiro para tratar da migração, entre outras questões.

Ao assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump prometeu lançar em breve "a maior operação de deportação da história dos EUA". Assim, ele quase imediatamente colocou em ação várias mudanças na migração, que incluíam a deportação gradual de "milhões de estrangeiros", que ele classificou como "criminosos". Os voos de deportação começaram na sexta-feira e os primeiros deportados chegaram à Guatemala. Nas palavras do presidente dos Estados Unidos, "eles são criminosos ruins e endurecidos", além de "assassinos".

Embora Trump tenha afirmado que seu plano de repatriações forçadas "está indo muito bem", ele gerou críticas e rejeição em vários países da região. O governo brasileiro afirmou que pedirá explicações a Washington sobre o tratamento "degradante" dado aos seus cidadãos que foram algemados e deportados.

Enquanto isso, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, proibiu no domingo a entrada desses voos, argumentando que essas pessoas não podem ser tratadas como "criminosos". "Não exijam que eu receba deportados dos EUA algemados e em um avião militar. Não somos colônia de ninguém", declarou.