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Petro habilita avião presidencial para o "retorno digno" de colombianos deportados dos EUA

"De forma alguma os colombianos, como patriotas e sujeitos de direitos, foram ou serão banidos do território colombiano", afirmou o Gabinete da Presidência em um comunicado no domingo.
Petro habilita avião presidencial para o "retorno digno" de colombianos deportados dos EUAWikipedia / CC-BY 4.0

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, permitirá o uso do avião presidencial para facilitar o “retorno digno” ao país dos colombianos deportados dos Estados Unidos.

"Essa medida responde ao compromisso do governo de garantir condições dignas. De forma alguma os colombianos, como patriotas e sujeitos de direitos, foram ou serão banidos do território colombiano", afirmou o Gabinete da Presidência em um comunicado no domingo.

Bogotá indicou que está em conversas ativas com Washington para garantir que os colombianos sejam transferidos em "condições mínimas de respeito" durante os processos de deportação.

Nesse contexto, anunciou a criação de um Posto de Comando Unificado sobre migração, com a participação da Defensoria do Povo, do Ministério das Relações Exteriores e da Presidência, para estabelecer e revisar protocolos que garantam o "tratamento digno' dessas pessoas e o respeito aos "direitos humanos e à integridade" de cada uma delas.

"A Colômbia reafirma seu compromisso com a proteção de seus nacionais e continuará a liderar os esforços regionais e internacionais para encontrar soluções humanas e justas para os desafios da migração", conclui a nota.

"A Colômbia se respeita"

Em meio aos planos da nova administração do presidente dos EUA, Donald Trump, de deportações em massa, aviões militares dos EUA transportando imigrantes colombianos deveriam entrar na Colômbia na manhã de domingo. No entanto, Petro não permitiu sua entrada no território e afirmou que Washington não pode tratá-los "como criminosos".

"Se esse país os devolver, deve ser com dignidade e respeito por eles e por nosso país. Receberemos nossos cidadãos em aviões civis, sem tratá-los como criminosos. A Colômbia se respeita", afirmou o presidente.

Em retaliação à recusa, Trump ordenou uma série de sanções contra a Colômbia, argumentando que a posição do país colocava em risco "a segurança nacional e a segurança pública dos Estados Unidos". Entre as medidas adotadas, foram impostas tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos, com um aumento para 50% dentro de uma semana, e as inspeções da Alfândega e Proteção de Fronteiras de seus cidadãos serão reforçadas.