A recente adesão da Nigéria ao BRICS como Estado parceiro representa um marco significativo para o renascimento econômico do país e a redução da influência ocidental. Essa avaliação foi feita por Emmanuel Chukwuka Johnson, presidente do conselho consultivo de comércio e investimento Nigéria-Rússia, em entrevista exclusiva à RT.
Johnson, que foi candidato a vice-presidente pelo Partido da Aliança de Ação nas eleições de 2023, afirmou que os problemas econômicos crônicos da Nigéria persistem mesmo após a aplicação de soluções tradicionais. Para ele, a integração ao BRICS oferece um caminho promissor para superar esses desafios.
“O BRICS é um clube de verdadeiros amigos, um clube de sócios”, declarou Johnson. Ele destacou que o grupo busca “combater a influência ocidental” e acrescentou que a Nigéria é uma das vítimas das políticas das potências do Ocidente.
"Portanto, o BRICS oferece uma oportunidade para a Nigéria. Para reavivar nossa economia", afirmou.
Ao comentar os benefícios da parceria com o grupo, Johnson ressaltou que a Nigéria pode ganhar mais peso nas discussões globais. Segundo ele, o BRICS dá ao país “a oportunidade de expressar suas preocupações e contribuir de forma concreta para a política global”.
Johnson também destacou os impactos mais amplos da expansão do BRICS, apontando que o grupo oferece aos países africanos “a verdadeira liberdade que eles desejam: a liberdade de interagir com quem quiser, construir suas próprias economias e desenvolver seus países”.
Ele enfatizou ainda que, ao explorar as oportunidades proporcionadas pelo grupo, as nações africanas podem intensificar o comércio e realizar "comércio em suas próprias moedas, sem depender de uma única moeda que poderia ser usada como arma".
Sobre as relações entre Nigéria e Rússia, Johnson observou que ambos os países "compartilham muita coisa", como valores familiares. Ele afirmou que as sanções dos Estados Unidos contra Moscou não impactaram negativamente as relações bilaterais entre a Nigéria e Rússia.
- Fundado em 2009 por Brasil, Rússia, Índia e China, o BRICS ganhou a adesão da África do Sul em 2011. Em 2024, o grupo ampliou sua associação plena ao incluir Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Além da Nigéria, Uganda tornou-se um Estado parceiro do BRICS em janeiro de 2025.