Chefe da OTAN diz estar "muito, muito contente" com a ameaça de Trump à Rússia

Mark Rutte também admitiu que o conflito ucraniano "não está indo na direção certa", devido aos avanços das forças russas.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, elogiou a ameaça do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor mais sanções à Rússia se ela não encerrar o conflito na Ucrânia, informa a CNBC.

"Fiquei muito, muito contente com a posição de Trump de impor mais sanções à Rússia. Sabemos que a economia russa está indo muito mal e as sanções ajudarão", afirmou Rutte ao meio de comunicação à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos. Ele acrescentou que espera que a União Europeia também "intensifique" as sanções adicionais contra a Rússia para "sufocar a economia russa".

Ao mesmo tempo, o chefe da OTAN falou sobre a situação atual no campo de batalha, observando que a frente "não está se movendo na direção certa", pois "deveria estar se movendo para o leste e está se movendo para o oeste".

Com relação a uma possível solução para o conflito ucraniano, Rutte declarou que um acordo de paz entre as partes deve ser "sustentável" e "sólido". "Trump está certo, a Ucrânia está mais próxima da Europa, mas Trump também está certo de que se trata de um conflito geopolítico, então tenho certeza de que os EUA querem que ele termine com um acordo bom e forte", comentou.

Ameaças de Trump

Na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos ameaçou impor mais sanções e tarifas de "alto nível" contra a Rússia caso não se chegue a um acordo para pôr fim ao conflito na Ucrânia, embora tenha assegurado que "não busca prejudicar" o país eurasiano. "Eu amo o povo russo e sempre tive um relacionamento muito bom com o presidente [Vladimir] Putin", afirmou.

"Tendo dito tudo isso, vou fazer um grande favor à Rússia, cuja economia está falindo, e ao presidente Putin. Cheguem a um acordo agora e parem com essa guerra ridícula! Ela só vai piorar", escreveu o ocupante da Casa Branca na plataforma Truth Social. "Se eles não chegarem a um 'acordo', e logo, não tenho escolha a não ser colocar impostos, tarifas e sanções em níveis elevados sobre tudo o que for vendido pela Rússia aos Estados Unidos, e vários outros países que participam [do regime de sanções]. Vamos acabar com essa guerra, que nunca teria começado se eu fosse presidente. Podemos fazer isso da maneira fácil ou da maneira difícil, e a maneira fácil é sempre melhor", acrescentou.

Em resposta, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou não vê "nenhum elemento novo" nas ameaças feitas por Trump. "Estamos observando muito de perto, é claro, toda a retórica, todas as declarações. Estamos registrando cuidadosamente todas as nuances. Continuamos prontos para o diálogo, como o presidente Putin tem dito repetidamente, para o diálogo em pé de igualdade, para o diálogo mutuamente respeitoso", disse Peskov.