Trump revela, em Davos, como será sua política externa

Três dias após posse, presidente dos EUA discursou no evento por videoconferência.

O presidente dos EUA, Donald Trump, discursou no Fórum Econômico Mundial em Davos nesta quinta-feira.

O encontro foi o primeiro grande evento internacional de Trump desde seu retorno à Casa Branca.

Em seu discurso, o líder republicano voltou a insistir que a administração anterior de Joe Biden "perdeu completamente o controle do que estava acontecendo" no país, "especialmente com a inflação e o estado da fronteira sul".

O presidente mencionou as medidas que tomou durante seus três primeiros dias no cargo, incluindo a declaração de emergência na fronteira sul, a política de reconhecimento de apenas dois gêneros e a retirada do país norte-americano do "Green New Deal" (Grande Acordo Verde), que chamou de "novo golpe verde".

Trump também afirmou que uma "era de ouro" havia começado nos EUA, saudando uma "revolução do senso comum", duas frases que já havia pronunciado em seu discurso de posse.

Mensagem para aos empresários do mundo

Em seu discurso, ele se dirigiu aos empresários de todo o mundo.
"Minha mensagem para todas as empresas do mundo é muito simples: venham fabricar seus produtos nos Estados Unidos e lhes ofereceremos um dos impostos mais baixos de todas as nações da Terra", prometeu.

"Mas se não fabricar seu produto nos EUA, o que é uma prerrogativa de vocês, então simplesmente terão que pagar uma tarifa", que será de "valores variados", alertou.

"[As tarifas] direcionarão centenas de bilhões de dólares, e até trilhões de dólares, para o nosso Tesouro para fortalecer nossa economia e pagar a dívida", acrescentou o republicano.

Tornar os EUA "uma superpotência manufatureira e capital mundial da inteligência artificial"

O presidente também enfatizou suas intenções de aumentar a produção de energia nos EUA e impulsionar o desenvolvimento da inteligência artificial.

"Os Estados Unidos têm mais reservas de petróleo e gás do que qualquer outro país da Terra, e vamos usá-las", sublinhou.

"Isso não apenas reduzirá o custo de praticamente todos os bens e serviços, mas também tornará os EUA uma superpotência manufatureira e a capital mundial da inteligência artificial e das criptomoedas", acrescentou.

Preço do petróleo e conflito na Ucrânia

Trump declarou que os atuais preços internacionais do petróleo estão diretamente relacionados ao conflito entre Rússia e Ucrânia e indicou que pedirá à Arábia Saudita e à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que reduzam o custo do barril.

"Se o preço caísse, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia terminaria imediatamente", disse o republicano. "Atualmente, o preço é alto o suficiente para que essa guerra continue. O preço do petróleo deve ser reduzido. Isso acabaria com a guerra", sublinhou. 

Desnuclearização e intenção de se reunir com Putin

Trump também expressou sua intenção de se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Realmente, gostaria de me reunir com o presidente Putin em breve para pôr fim a essa guerra. E isso não é do ponto de vista econômico ou de qualquer outra coisa; é do ponto de vista de milhões de vidas [que] estão sendo desperdiçadas", declarou.

Além disso, enfatizou sua intenção de se envolver em reduções de arsenal nuclear com a Rússia e a China. "Gostaríamos de ver a desnuclearização", disse ele. "Na verdade, com o presidente russo Putin, estávamos falando sobre a desnuclearização de nossos dois países, e a China teria se juntado a nós", acrescentou.

De acordo com Trump, Putin "realmente gostou da ideia" de reduzir os arsenais nucleares, e acredita que o resto do mundo teria seguido essa posição, incluindo a China, que também "gostou", afirmou.