Zelensky afirma que Lula não é mais relevante nas negociações de paz

Durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, nesta quarta-feira na Suíça, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, declarou que "o trem do Brasil já passou" no que diz respeito à mediação de um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Ele afirmou que Lula não é mais um ator relevante nas negociações e que sua influência não será restaurada com o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA.
Zelensky fez essas observações em resposta a uma pergunta de uma jornalista da TV Globo. "Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra, etc. Agora ele não é mais um 'player'. Ele também não será um 'player' para Trump", afirmou.
A proposta sino-brasileira para a paz
No final de maio do ano passado, no contexto da visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva à Pequim, o Brasil e a China adotaram uma declaração conjunta traçando um caminho para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O documento postula as negociações como a única solução viável para a crise ucraniana, e defende a realização de uma conferência internacional de paz "reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia". Esse ponto mostra-se especialmente relevante diante da exclusão da Rússia da primeira "cúpula de paz", que foi realizada na Suíça sem a presença de representantes de Moscou para satisfazer as exigências do regime ucraniano.
Ao longo do texto, Brasília e Pequim também conclamam para que todos os países envolvidos sigam os três princípios indicados para diminuir a escalada da situação: não expandir a área de hostilidades, não intensificar os combates e evitar provocações.
- Em junho, o líder russo anunciou as condições para o início de um diálogo de paz com a Ucrânia. Sua proposta inclui neutralidade, não alinhamento e desnuclearização da Ucrânia, bem como sua desmilitarização e desnazificação; reconhecimento de novas realidades territoriais; e o cancelamento de todas as sanções ocidentais.