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Orbán: Europa não é serva da Ucrânia

Primeiro-ministro húngaro afirmou que Kiev trata seus vizinhos europeus como servos mesmo sem estar em condições de ditar nada e advertiu sobre eventuais contramedidas.
Orbán: Europa não é serva da UcrâniaGettyimages.ru / Zuzana Gogova / Stringer

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, declarou nesta quarta-feira em coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo eslovaco, Robert Fico, que Kiev deveria parar de tratar a Hungria e outros países europeus tal como se "estivesse nos insultando, como se fôssemos seus servos", e que os ucranianos não estão em condição de ditar nenhum termo.

"A maneira como Kiev tenta travar relações com os países da Europa Central é inaceitável. Estamos dispostos a respeitá-los, mas exigimos que sejamos respeitados", declarou Orbán.

"Não deve haver confusão. [Os líderes do regime de Kiev] não podem se comportar como se Bratislava e Budapeste devessem se curvar à sua vontade. Isso é impossível”, acrescentou.

Orbán afirmou que a Ucrânia deveria, para seu próprio bem, demonstrar respeito pelos seus vizinhos e melhorar suas relações com a Hungria e a Eslováquia.

"Tomaremos contramedidas"

A Ucrânia foi devastada pelo conflito com a Rússia e sua posição internacional está se enfraquecendo gradualmente, argumentou Orbán. Os ucranianos "perderam um quinto de seu território e sua indústria está em ruínas", e "ainda assim agem como se pudessem nos ditar regras", observou.

"Se eles continuarem sendo agressivos e hostis, serão deixados de lado. No final, se eles nos incomodarem, tomaremos contramedidas", advertiu o primeiro-ministro.

Além disso, Orbán se manifestou contra a adesão da Ucrânia à OTAN e à União Europeia, apontando para os problemas que tais decisões poderiam acarretar.

"A adesão da Ucrânia à OTAN não está em pauta e não estará", afirmou expressando a mesma opinião sobre a adesão do país pós-soviético à UE. "A verdade é que se a Ucrânia aderisse hoje à UE, ela destruiria a Hungria. A UE não tem dinheiro para a admissão da Ucrânia e nós não queremos destruir nosso país. Não admitiremos a Ucrânia na UE ao custo da destruição da economia húngara", declarou.